sábado, 27 de dezembro de 2008

Michel Foucault _ Vigiar e punir _ Falando de Escola _ Leiam... Vale muito a pena

Pouco a pouco - mas principalmente depois de 1762 - o espaço escolar se desdobra; a classe torna-se homogênea, ela agora só se compõe de elementos individuais que vêm se colocar uns ao lado dos outros sob os olhares do mestre. A ordenação por fileiras, no século XVIII, começa a definir a grande forma de repartição dos indivíduos na ordem escolar: filas de alunos na sala, nos corredores, nos pátios; colocação atribuída a cada um em relação a cada tarefa e cada prova; colocação que ele obtém de semana em semana, de mês em mês, de ano em ano; alinhamento das classes de idade umas depois das outras; sucessão dos assuntos ensinados, das questões tratadas segundo uma ordem de dificuldade crescente. E nesse conjunto de alinhamentos obrigatórios, cada aluno segundo sua idade, seus desempenhos, seu comportamento, ocupa ora uma fila, ora outra; ele se desloca o tempo todo numa série de casas; umas ideais, que marcam uma hierarquia do saber ou das capacidades, outras devendo traduzir materialmente no espaço da classe ou do colégio essa repartição de valores ou dos méritos. Movimento perpétuo onde os indivíduos substituem uns aos outros, num espaço escondido por intervalos alinhados. A organização de um espaço serial foi uma das grandes modificações técnicas do ensino elementar. Permitiu ultrapassar o sistema tradicional (um aluno que trabalha alguns minutos com o professor, enquanto fica ocioso e sem vigilância o grupo confuso dos que estão esperando). Determinando lugares individuais tornou possível o controle de cada um e o trabalho simultâneo de todos. Organizou uma nova economia do tempo de aprendizagem. Fez funcionar o espaço escolar como uma máquina de ensinar, mas também de vigiar, de hierarquizar, de recompensar. J.-B. de La Salle imaginava uma classe onde a distribuição espacial pudesse realizar ao mesmo tempo toda uma série de distinções: segundo o nível de avanço dos alunos, segundo o valor de cada um, segundo seu temperamento melhor ou pior, segundo sua maior ou menor aplicação, segundo sua limpeza, e segundo a fortuna dos pais. Então, a sala de aula formaria um grande quadro único, com entradas múltiplas, sob o olhar cuidadosamente "classificador" do professor: Haverá em todas as salas de aula lugares determinados para todos os escolares de todas as classes, de maneira que todos os da mesma classe sejam colocados num mesmo lugar e sempre fixo. Os escolares das lições mais adiantadas serão colocados nos bancos mais próximos da parede e em seguida os outros segundo a ordem das lições avançando para o meio da sala... Cada um dos alunos terá seu lugar marcado e nenhum o deixará nem trocará sem a ordem e o consentimento do inspetor das escolas. [Será preciso fazer com que] aqueles cujos pais são negligentes e têm piolhos fiquem separados dos que são limpos e não os têm; que um escolar leviano e distraído seja colocado entre dois bem comportados e ajuizados, que o libertino ou fique sozinho ou entre dois piedosos.(18) As disciplinas, organizando as "celas", os "lugares" e as "fileiras" criam espaços complexos: ao mesmo tempo arquiteturais, funcionais e hierárquicos. São espaços que realizam a fixação e permitem a circulação; recortam segmentos individuais e estabelecem ligações operatórias; marcam lugares e indicam valores; garantem a obediência dos indivíduos, mas também uma melhor economia do tempo e dos gestos. São espaços mistos: reais pois que regem a disposição de edifícios, de salas, de móveis, mas ideais, pois projetam-se sobre essa organização caracterizações, estimativas, hierarquias. A primeira das grandes operações da disciplina é então a constituição de "quadros vivos" que transformam as multidões confusas, inúteis ou perigosas em multiplicidades organizadas. A constituição de "quadros" foi um dos grandes problemas da tecnologia científica, política e econômica do século XVIII; arramar jardins de plantas e de animais, e construir ao mesmo tempo classificações racionais dos seres vivos; observar, controlar, regularizar a circulação das mercadorias e da moeda e estabelecer assim um quadro econômico que possa valer como princípio de enriquecimento; inspecionar os homens, constatar sua presença e sua ausência, e constituir um registro geral e permanente das forças armadas; repartir os doentes, dividir com cuidado e espaço hospitalar e fazer uma classificação sistemática das doenças: outras tantas operações conjuntas em que os dois constituintes - distribuição e análise, controle e inteligibilidade - são solidários. O quadro, no século XVIII, é ao mesmo tempo uma técnica de poder e um processo de saber. Trata-se de organizar o múltiplo, de se obter um instrumento para percorrê-lo e dominá-lo; trata-se de lhe impor uma "ordem".

sábado, 6 de dezembro de 2008

Cristovam Buarque!!! Ler atentamente

Não faz muito tempo, o Brasil era um país dividido pelo debate entre idéias: economia aberta ou fechada; privatização ou estatização; democracia ou autoritarismo; socialismo ou capitalismo. Hoje, o debate ideológico se limita a cotas e bolsas. De um lado, os que negam aos pobres e negros o apoio de bolsas e cotas; de outro, aqueles que consideram bolsas e cotas suficientes para resolver o problema da pobreza e do preconceito. Parte da população é contra a distribuição de bolsas para pobres; parte considera que a distribuição de bolsas é suficiente para credenciar um governo. O mesmo acontece com as cotas. Parte é contra usálas como instrumento para formar uma elite universitária negra; outra parte comemora a existência das cotas como se fosse a solução para todos os problemas que pesam sobre os negros brasileiros.

Há uma razão que unifica os dois lados do nosso pobre debate: o desprezo aos pobres e excluídos, que caracteriza os formadores de opinião no Brasil. Tanto os que defendem quanto os que criticam bolsas e cotas.

Aqueles que hoje são contra as bolsas, há séculos são insensíveis à tragédia de um país que condena dezenas de milhões de pessoas à fome e à miséria. Não defenderam no passado a revolução que era necessária para que as bolsas fossem hoje desnecessárias. E os que comemoram as bolsas como o grande mérito de um governo são insensíveis à tragédia de um país que condena parte considerável de suas famílias à necessidade de ajuda. Contentamse com as bolsas, sem defender a revolução que permitirá abolir a necessidade delas.

No caso das cotas é ainda mais grave.

Os que são contra nunca se sensibilizaram com a exclusão de negros em nossa elite, e temem que vagas da universidade sejam ocupadas por jovens negros com alguns décimos a menos nas notas do vestibular. Os que são a favor de cotas lutam pela reserva de vagas, mas não para que todos terminem o ensino médio em escolas de qualidade; reservam lugares na universidade, mas mantêm a falta de concorrência por causa das multidões excluídas pelo analfabetismo e pela evasão escolar.

Lutamos para manter privilégios ou incorporar os privilegiados, não para eliminar os privilégios. A crítica ética às bolsas e cotas está na defesa da igualdade educacional: em vez de impedi-las, torná-las desnecessárias.

A seleção de futebol não precisa de cotas, porque a bola é redonda para todos; chegam lá os mais talentosos e persistentes. Só uma escola "redonda" para todos permitiria abolir a necessidade de cotas e de bolsas. Isso exige uma revolução na educação de base. Mas os defensores e opositores de bolsas e cotas desprezam o radicalismo da solução definitiva: a igualdade de oportunidades para abolir todos os privilégios. Que acabaria com a disputa atual de quem tenta restringir os privilégios ou fazer ter acesso a eles.

Em um país com ânsia de justiça, bolsas e cotas são necessárias como paliativos, distribuindo pequenas ajudas aos pobres e pingando negros na universidade. Não devemos recusar esses instrumentos de discriminação afirmativos, mas tampouco comemorar a necessidade deles.

O Brasil é um país dividido, com uma sociedade partida. Bolsas e cotas são migalhas necessárias, jogadas de um lado para o outro, mas não levam a uma revolução que abra a porta por onde os excluídos atravessem para a modernidade, vivam plenamente sem necessidade de bolsas ou cotas. Essa porta é a escola igual para todos, capaz de quebrar privilégios e levar o Brasil a um salto civilizatório.

Diante da pobreza de idéias, divididas na superficialidade e no simplismo, essa opção exige um debate hoje impossível. A prova é que um artigo como este será certamente recusado, tanto pelos que defendem quanto pelos que se opõem às cotas e às bolsas. Acostumados a defender ou condenar migalhas e pingos, lutam para manter os privilégios, sem buscar soluções que permitam dispensar as bolsas e as cotas. Mas isso seria querer demais da elite brasileira: porque não há bolsas nem cotas de lucidez e radicalismo, nem gosto por soluções definitivas.

CRISTOVAM BUARQUE é senador (PDT-DF).

Artigo publicado no jornal O Globo em 6/12/2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pérola II

Caro Deputado Arlindo Chinaglia, venho falar-lhe em busca de explicações das indevidas quantidades de gasolina ultilizada pelos deputados durantes os últimos dois meses.

Nós brasileiros queremos saber o por que e para que foram gastas absurdas quantidades de combustível.Caro Deputado seria muito pedir isso? São exatamente 1.000.000 de litros de gasolina. O Senhor por um acaso sabe quantas viagens de ida e volta na lua seriam possíveis dar com tudo isso? 15. E quantas voltas na Terra? 255. Mas para o Senhor no que isso importa afinal é só o Senhor apresentar a nota fiscal no do fim e mês e esta tudo muito certo. Mas para nós isso vale muito por que má administração do dinheiro público. Dos impostos aos quais somos forçados a pagar todos os meses e se atrasamos um dia se quer ah não quero nem pensar. Porque a justiça em nosso país, nosso Brasil além de cega é surda, muda e também aleijada por que nós pobres não temos se quer a liberdade de lutar pelos nossos direitos.

Ao invés de serem usados para educação, saúde, criação de novos empregos e saneamento básico, isso tudo fora o pagamento da dívida externa que pela primeira vez os níveis dos cofres públicos superam esta alta quantia. Para onde foram estes 2.790.000,00 reais. Educação? Saúde Pública? NÃO.

Caro Deputado as próximas eleições estão chegando se quiser se reeleger tome mais cuidado com a adiminstração do dinheiro público. Nós temos o direito de saber para onde vão os impostos pagos.

Cordialmente,


Rebeca Barreto Cabral

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

PÉROLA

Dia de Maria, dia de José

Álvaro Meneses de Oliveira



Levantei cedo, cinco da manhã, fiz o café da manhã para todos, coloquei a carne do almoço de hoje na panela de pressão, lavei os pratos e limpei a cozinha, troquei as sacolas de lixo do banheiro e botei um novo rolo de papel higiênico, voltei pro quarto, não pra dormir! Arrumei a cama, coloquei o despertador dele pra daqui uma hora soar aquele alarme irritante. Tomei banho, bebi um pouquinho de café, sem alimentação extravagante, pra não engordar, acordei as crianças, às vestir com seus uniformes, passei na escola, às deixei lá, com um beijo em cada uma, e fui para o trabalho.



Levantei cedo, com um porre do caramba, logo após o despertador ter tocado, tomei banho e depois o café da manhã, que já estava pronto na mesa. Assistir dez minutos do noticiário e depois partir pro trabalho.



Cheguei no trabalho, primeiro que todos, arrumei minha sala, sentei na minha cadeira, arrumei a papelada em cima da mesa e abrir aquele sorriso que já está quase paralisado em meu rosto, para agradar as pessoas e esconder minha infelicidade. Passei o dia atendendo centenas de pessoas, vários tipos diferentes, tive que manter a paciência com cada um, porém, teve senhor que tava me enchendo o saco, que não conseguiu resolver seu problema e ficou inventando histórias para o gerente, que me disse para eu me por em meu lugar. Pensando bem, que lugar é esse que os outro sempre querem me por, deve ser o espaço que a sociedade criou para agente, para nos conter e nos controlar. Voltei pra casa correndo para preparar o almoço.



Cheguei no trabalho, ainda não havia começado o expediente, enquanto isso fiquei jogando conversa fora com meus companheiros. Quando começou, me dirigir para minha máquina e ergui alguns ferrolhos que faziam parte da obra, depois de algum tempo tivemos o horário do lanche, onde ficamos comendo e assobiando para as gostosas que passavam por perto da construção. Depois, trabalhei na minha maquina mais algumas horas, quando acabou o expediente matutino voltei tranquilamente pra casa, a tempo de pegar o almoço.



Voltei, preparei o feijão que estava na panela, temperei a carne e cozinhei o arroz. Arrumei os pratos na mesa. Ele chegou na hora certa, e se pôs a almoçar com agente.

Quando terminei, tirei a mesa e lavei os pratos. Tomei banho, escovei os dentes e falei com as crianças para irem fazer suas atividades. Minutos depois voltei pro trabalho.



Voltei, tomei banho, e fui pro almoço, que por sinal tinha saído atrasado, sorte dela eu ter demorado um pouco mais pra chegar. Terminei, fui dormir meia hora, acordei e fui pro trabalho.



Lá foi a mesma coisa que de manhã, fora alguns clientes chatos a mais e as cobranças sem motivo do gerente, não sei porque?! Estava fazendo meu trabalho corretamente.

Nessa noite eu voltei pra casa um pouco preocupada por causa das ameaças do meu chefe, de tirar o meu emprego caso eu não aceita-se suas propostas indecentes, aquele velho nojento!



Hoje eu num vi a hora de sair da firma. E quando essa hora chegou, fui com toda minha galera pro buteco aliviar o cansaço do dia e tomar uma geladinha, claro que também levamos algumas mulheres conosco, pra da umas pegadinhas nelas pra esquecer aquela baranga preguiçosa lá de casa que não faz nada direito. Meia noite eu volte pra casa.



Quando ele chegou, eu o esperava preocupada, percebi que estava bêbado de novo, também percebi que logo ele iria se irritar porque não havia janta e que iria sobrar porrada pra mim. Ele veio esturrando com aquele bafo de pinga, não entendeu minha desculpa de que estava muito cansada e não conseguir fazer a janta, aliás, ele nunca entende nada que eu digo. Por causa disso eu sofro calada.



E é na noite que nosso dia se encontra, nessa historia vivida dia após dia, da “igualdade” entre duas pessoas, pois meu nome é Maria e o meu é José.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Mordaz e Inteligente

Encontrei este texto no Blog de Ruan. Como concordo em gênero, número e degrau (rsrsrs), segue o texto....

Pura demagogia

Alunos que têm aula com o professor Alexandre adoram falar mal de coisas que eles próprios gostam ou usam, talvez para ficar bonitinho na imagem e na cabeça do professor, no popular "puxar o saco".
Um dos mais criticados pelo professor e que os alunos "apoiam" é o McDia Feliz. Estão certos, o McDonald's poderia fazer muito mais do que só isso, mas o estranho é que esses mesmos alunos que criticam o McDia Feliz não perdem um ano. Esse ano mais de 80 alunos do CEFET de Eunápolis "prestiagiaram" o McDia Feliz com suas presenças.
Muitos alunos do CEFET são cheios de "presepada". Uma verdadeira "cambada" de demagogos que fingem que querem mudar o mundo! Hum, pobres mortais. O engraçado é que não fazem nada para melhorar o mundo de verdade. Vamos para exemplos: uma das tarefas da gincana era arrecadar o maior numero de alimentos. A comissão teve que prorrogar mais de uma semana essa tarefa, pois menos de 15 kg foram arrecadados, o que não mudou muito, já que no final da prorrogação menos de 30 kg de alimentos foram entregues. O dinheiro que 30 dos 80 alunos gastaram no McDonald's já eram suficientes para a que a instituição de caridade que vai receber os alimentos arrecadados, alimentasse os carentes por 5 ou 6 dias.
Um outro exemplo que poderia ajudar os próprios alunos do CEFET foi o caso do refeitório. Alunos criticaram o grêmio estudantil por não correr atraz do funcionamento do refeitório do colégio. O grêmio junto aos professores correram atraz e conseguiram muita coisa, mas na hora que precisa dos alunos para o funcionamento, cadê os super-herois salvadores do mundo? Não sei. O grêmio pediu uma contribuição de R$ 0,50 (apenas cinquenta centavos) por aluno para a compra de panelas. Alguns alunos até chegaram a entregar o dinheiro para os lideres de sala, mas esse dinheiro nunca chegou a sala do grêmio estudantil.
Vamos mudar o mundo minha gente! Cadê os super alunos demagogos? Resposta: estão espalhados pelo CEFET, pouco se lixando se você tem fome, pouco se lixando se você está com frio, pouco se lixando pra você. Vamos mudar o mundo com ações........não com palavaras.

P.S. Desculpa a sinceridade.


Ruan - Blog interativo

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Atenção ____ Agenda

Quinta - 20/11 - Trazer seu texto "Igualdade de gênero" para ser lido em sala de aula.

Sexta - 21/11 - ENTREGAR "PROVA" - / Discutir: O que faz o brasil, Brasil?

Sexta - 21/11 - (TARDE) - 15h10min - Para as turmas Em11 / Ed21 e Ei21 - ENTREGAR "PROVA" - / Discutir: O que faz o brasil, Brasil?

Sábado - 22/11 - Filme: Germinal - Discussão de "O manifesto comunista" - Cheguemos às 8:40 meu povo, aí dá pra dormir um pouquinho, né?

Quinta - 27/11 - Auto-avalição - Este é o momento pra você dizer que é lindo/linda, que sabe tudo, aprendeu, mostrar o que aprendeu, como e por quê? Fecharemos as notas. Blog deve estar atualizado e tudo entregue.

Sexta - 28/11 - Auto-avaliação - Prosseguimos com a atividade.

Nossa prova

Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia – CEFET

Alexandre Fernandes
Língua Portuguesa e Literaturas
Semana de 06 a 08 de novembro

Queridas e queridos, nossa prova ocorrerá do seguinte modo. Primeiro vamos ler os textos abaixo, que recebem a assinatura de Josiane Soares. Esta jovem e brilhante autora nos brinda com textos inteligentes e perspicazes. Após, vocês deverão escolher dois textos dentre estes que lemos agora e dois textos dentre os que a profª Rosangela leu com vocês. A partir dos textos que vocês escolheram, quatro e não mais do que quatro, construam um texto, em prosa, dissertativo, analisando, comparando, inferindo, relacionando os textos. Primem por uma análise que demonstre seus conhecimentos sobre “eu-lírico”, “metáfora”, “metononímia” e demais figuras de linguagens, “escolas literárias” e outros escritos e escritores. Demonstrem que vocês são leitores e escritores maduros. Boa sorte.


Atenção: No caso do 2º ano, devem fazer dois textos. Ao invés de discutir quatro poesias em um único texto, farão dois textos para cada par de poesia escolhida.

Sem tino

Desatino, a vida.
Desatinar, o verbo.
Identificar a linguagem do mundo
Quando tudo o que eu quero é calar...
Ou repetir sem parar... Lençol, estrada, sem fim, madrugada...
Geme a madrugada, desatinada...
Brilha manhã espargindo raios indolentes e solitários...
Mais um dia suportado...
... Sob a estrela matutina depois de uma noite revirada,
É tarde sob e sobre mim.
É tarde fora e dentro de mim.
E eu não percebi o instante que anunciava o transcender








Poema bobo

Sendo você, palco; quero ser artista.
Sendo você, artista; quero ser platéia.
Sendo, você, folha; quero ser orvalho.
Sendo você, orvalho; quero ser manhã.
Sendo você, manhã; quero ser sol,
Mas se chover, serei terra.



Comentário Idiota

Quem gosta de coroa é rei, disseram-me quando fiz trinta.
Ri da ironia do destino.
Que faço agora eu, eu que sempre gostei de plebeu?




Gatos no telhado


Era a sede e a fome,
O desejo e a ânsia,
Os pelos a trair a pele,
O cheiro a revelar o gosto,
Nenhum mistério a lhes envolver,
Exceto o lugar comum.

Sobre o telhado os astros,
Dentro deles,
A vontade se despe,
O querer dos felinos...
Entre o abandono e a entrega.

Era a linguagem dos bichos
Matando saudade, fazendo descobertas,
Banheira de saliva, sem água nem ervas.
Na coreografia dos corpos,
Nada se esconde ou revela,
Exceto o que se expressa.




Encontro Marcado

Na caravana desta vida, quando os sonhos partem,
Que medos ladram?
Se somos todos estrangeiros, numa terra inóspita e árida
Se escondemos nossas fraquezas,
Que desejos tecem nossa coragem?
Se fugimos da rotina, se lutamos por liberdade,
Se transgredimos as regras,
Porque tememos as tempestades?
Se sorrimos ou choramos,
Se rendemos ou lutamos,
Só há uma única verdade,
Somos parte desse todo indivisível,
Desse emaranhado de vidas atadas pelo acaso
E não importa onde, quando, quem, ou como,
O destino nos alcança e nos lança ao inesperado.

Paradoxo

Portadora do imprevisto, indócil, arfante, infante.
Indômita fêmea, efêmera, vulcânica, delirante.
Aranha tecendo a vida, inexata, imprecisa, instantânea.
No riso, aventura, a promessa de abismos, mistérios, tortura...
No olhar, tormenta, fé, persistência, sobrevivência.
Na alma, a alegria da menina. No peito a sabedoria da mulher...
Vêm como um pesadelo que atormenta a noite,
Pra no amanhã desvanecer.
E atravessa-nos como um traço de luz, fugaz e eterno...
Teu sentir tem asas. Tua lágrima, dor.
Tuas palavras, efusão. O abraço, chama.
Oceano, teu amor. Bálsamo, a solidão.
Mensageira da coragem, selvagem, primitiva, destemida.
É ela uma flor rara que nasce somente em terreno sáfaro...
E para alimentá-la e conservá-la,
Basta apenas um único raio,
Uma única gota de orvalho,
A poesia.

domingo, 9 de novembro de 2008

Nossa prova

Atenção! Você deve entregar a prova para a prof. Rosangela, conforme combinamos no dia 21_11.

O pessoal da ed21, ei21 e outros que não a fizeram por conta de estarem nas atividades da Semana da Consciência Negra devem pegar o material aqui na net e responderem como os outros.

A Ed21 e Ei21 sabe que deve produzir dois textos;

Abraços

Alexandre

Atenção ___ Agende-se

Queridos

1 - Rosangela me substitui nos dias 20 e 21. Ela vai discutir os textos que vocês fizeram para o "igualdade de gênero". Levem seus textos para leitura.

2 - A discussão de "O que faz o Brasil, Brasil" fica para 27 e 28 pela manhã.

3 - O filme "Germinal" será apresentado no dia 27 de tarde, 15h. Tinha dito dia 22, mas estarei na UESC nesta data.

4 - Dia 28 é o encerramento, então, seu blog deve estar atualizado, as atividades em dia e as discussões para o E-lite firmes.

QQ dúvida,

por favor....
alexandre.pro@gmail.com
Alexandre

Programação do Evento _ Atenção _ Vamos repassar

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

III Semana da Consciência NEGRA ____ REUNIÃO

AMIGOS, AMIGAS! PRECISAMOS NOS REUNIR PARA RESOLVER QUESTÕES DA SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.

ESTAMOS ELEGENDO A SEXTA - FEIRA 07/11 PARA CONVERSAMOS

ESTA REUNIÃO É PARA TODOS OS MONITORES E PARA OS INTERESSADOS EM PARTICIPAR!!

ABRAÇOS

ALEX

sábado, 1 de novembro de 2008

III Semana da Consciência Negra ____ Castro Alves

SANGUE DE AFRICANO
Castro Alves

Aqui sombrio, fero, delirante
Lucas ergueu-se como o tigre bravo...
Era a estátua terrível da vingança...
O selvagem surgiu... sumiu-se o escravo.
Crispado o braço, no punhal segura!
Do olhar sangrentos raios lhe ressaltam,
Qual das janelas de um palácio em chamas
As labaredas, irrompendo, saltam.
Com o gesto bravo, sacudido, fero,
A destra ameaçando a imensidade...
Era um bronze de Aquiles furioso
Concentrando no punho a tempestade!
No peito arcado o coração sacode
O sangue, que da raça não desmente,
Sangue queimado pelo sol da Líbia,
Que ora referve no Equador ardente.


DESESPERO
Castro Alves


"Crime! Pois será crime se a jibóia
Morde silvando a planta, que a esmagara?
Pois será crime se o jaguar nos dentes
Quebra do índio a pérfida taquara?
"E nós que somos, pois? Homens? — Loucura!
Família, leis e Deus lhes coube em sorte.
A família no lar, a lei no mundo...
E os anjos do Senhor depois da morte.
"Três leitos, que sucedem-se macios,
Onde rolam na santa ociosidade...
O pai o embala... a lei o acaricia...
O padre lhe abre a porta à eternidade.
"Sim! Nós somos répteis... Qu’importa a espécie?
— A lesma é vil, — o cascavel é bravo.
E vens falar de crimes ao cativo?
Então não sabes o que é ser escravo!...
"Ser escravo — é nascer no alcoice escuro
Dos seios infamados da vendida...
— Filho da perdição no berço impuro
Sem leite para a boca ressequida...
"É mais tarde, nas sombras do futuro,
Não descobrir estrela foragida...
É ver — viajante morto de cansaço —
A terra — sem amor!... sem Deus — o espaço!
"Ser escravo — é, dos homens repelido,
Ser também repelido pela fera;
Sendo dos dois irmãos pasto querido,
Que o tigre come e o homem dilacera...
— É do lodo no lodo sacudido
Ver que aqui ou além nada o espera,
Que em cada leito novo há mancha nova...
No berço... após no toro... após na cova!...
"Crime! Quem falou, pobre Maria,
Desta palavra estúpida?... Descansa!
Foram eles talvez?!... É zombaria...
Escarnecem de ti, pobre criança!
Pois não vês que morremos todo dia,
Debaixo do chicote, que não cansa?
Enquanto do assassino a fronte calma
Não revela um remorso de sua alma?
"Não! Tudo isto é mentira! O que é verdade
É que os infames tudo me roubaram...
Esperança, trabalho, liberdade
Entreguei-lhes em vão... não se fartaram.
Quiseram mais... Fatal voracidade!
Nos dentes meu amor espedaçaram...
Maria! Última estrela de minh’alma!
O que é feito de ti, virgem sem palma?
"Pomba — em teu ninho as serpes te morderam.
Folha — rolaste no paul sombrio.
Palmeira — as ventanias te romperam.
Corça — afogaram-te as caudais do rio.
Pobre flor — no teu cálice beberam,
Deixando-o depois triste e vazio...
— E tu, irmã! e mãe! e amante minha!
Queres que eu guarde a faca na bainha!
"Ó minha mãe! ó mártir africana,
Que morreste de dor no cativeiro!
Ai! sem quebrar aquela jura insana,
Que jurei no teu leito derradeiro,
No sangue desta raça ímpia, tirana
Teu filho vai vingar um povo inteiro!...
Vamos, Maria! Cumpra-se o destino...
Dize! dize-me o nome do assassino!..."
_________________
"Virgem das Dores,
Vem dar-me alento,
Neste momento
De agro sofrer!
Para ocultar-lhe
Busquei a morte...
Mas vence a sorte,
Deve assim ser.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
"Pois que seja! Debalde pedi-te,
Ai! debalde a teus pés me rojei...
Porém antes escuta esta história...
Depois dela... O seu nome direi!"

HISTÓRIA DE UM CRIME
Castro Alves

"Fazem hoje muitos anos
Que de uma escura senzala
Na estreita e lodosa sala
Arquejava u’a mulher.
Lá fora por entre as urzes
O vendaval s’estorcia...
E aquela triste agonia
Vinha mais triste fazer.
"A pobre sofria muito.
Do peito cansado, exangue,
Às vezes rompia o sangue
E lhe inundava os lençóis.
Então, como quem se agarra
Às últimas esperanças,
Duas pávidas crianças
Ela olhava... e ria após.
"Que olhar! que olhar tão extenso!
Que olhar tão triste e profundo!
Vinha já de um outro mundo,
Vinha talvez lá do céu.
Era o raio derradeiro.
Que a lua, quando se apaga,
Manda por cima da vaga
Da espuma por entre o véu.
"Ainda me lembro agora
Daquela noite sombria,
Em que u’a mulher morria
Sem rezas, sem oração!...
Por padre — duas crianças...
E apenas por sentinela
Do Cristo a face amarela
No meio da escuridão.
"Às vezes naquela fronte
Como que a morte pousava
E da agonia aljofrava
O derradeiro suor...
Depois acordava a mártir,
Como quem tem um segredo...
Ouvia em torno com medo,
Com susto olhava em redor.
"Enfim, quando noite velha
Pesava sobre a mansarda,
E somente o cão de guarda
Ladrava aos ermos sem fim,
Ela, nos braços sangrentos
As crianças apertando,
Num tom meigo, triste e brando
Pôs-se a falar-lhes assim.

domingo, 26 de outubro de 2008

Programação desta Semana

Queridos, vejam:

nos dias 27, 28 e 29, segunda, terça e quarta, respectivamente, a prof. Rosangela estará à tarde, 14h na segunda, e terça e quarta, às 15h, ensaiando o Teatro "Amor".

Na Quinta e Sexta pela manhã estarei na atividade da V Semana de Educação do CEFET com as palestras, etc. Então, a prof. Rosangela me substituirá pela manhã, ok? Ela vai discutir os textos de nossa prova, aqueles do Teatro "Amor". Os textos estão disponíveis em nosso blog. Favor levar os textos na Quinta. Pedi a ela que também trabalhe um documentário sobre Drummond. Então se o Aúdio estiver vago, ela comecará com o documentário, em seguida, discussões.

Qq dúvidas, me digam

Abração

Alex

Pra gente pensar...

Guerra Santa
Gilberto Gil



Ele diz que tem, que tem como abrir o portão do céu
ele promete a salvação
ele chuta a imagem da santa, fica louco-pinel
mas não rasga dinheiro, não

Ele diz que faz, que faz tudo isso em nome de Deus
como um Papa na inquisição
nem se lembra do horror da noite de São Bartolomeu
não, não lembra de nada não

Não lembra de nada, é louco
mas não rasga dinheiro
promete a mansão no paraíso
contanto, que você pague primeiro
que você primeiro pague dinheiro
dê sua doação, e entre no céu
levado pelo bom ladrão

Ele pensa que faz do amor sua profissão de fé
só que faz da fé profissão
aliás em matéria de vender paz, amor e axé
ele não está sozinho não

Eu até compreendo os salvadores profissionais
sua feira de ilusões
só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz
deixa o outro vender limões

Um vende limões, o outro
vende o peixe que quer
o nome de Deus pode ser Oxalá
Jeová, Tupã, Jesus, Maomé
Maomé, Jesus, Tupã, Jeová
Oxalá e tantos mais
sons diferentes, sim, para sonhos iguais

sábado, 18 de outubro de 2008

Domínio Público ___ Ministro da Educação no nosso Blog"""!!!

O "Portal Domínio Público", tem um acervo de mais de 500 obras, colocandas gratuitamente à disposição de todos os usuários da Internet. Obras famosas, algumas indicadas para os vestibulares estão nessa biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral.

Também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação e da cultura, assim como, possa aprimorar a construção da consciência social, da cidadania e da democracia no Brasil.

FERNANDO HADDAD
Ministro de Estado da Educação


www.dominiopublico.gov.br

É só clicar no título para ler ou imprimir gratuitamente algumas das obras.



1. 14 de Julho na Roça -Raul Pompéia
2. 7 Canções -Salomão Rovedo
3. A Alma do Lázaro -José de Alencar
4. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
5. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
6. A Ama-Seca -Artur Azevedo
7. A Brasileira de Prazins -Camilo Castelo Branco
8. A Carne -Júlio Ribeiro
9. A Carne -Júlio Ribeiro
10. A Carta -Pero Vaz de Caminha
11. A Carta -Pero Vaz de Caminha
12. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha
13. A Carteira -Machado de Assis
14. A Carteira -Machado de Assis
15. A Cartomante -Machado de Assis
16. A Cartomante -Machado de Assis
17. A Causa Secreta -Machado de Assis
18. A Causa Secreta -Machado de Assis
19. A chave -Machado de Assis
20. A Chinela Turca -Machado de Assis
21. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós
22. A Comédia dos Erros -William Shakespeare
23. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
24. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
25. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
26. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
27. A Desobediência Civil -Henry David Thoreau
28. A Divina Comédia -Dante Alighieri
29. A Ela -Machado de Assis
30. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
31. A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde
32. A esfinge sem segredo -Oscar Wilde
33. A Herança -Machado de Assis
34. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
35. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
36. A Ilustre Casa de Ramires -José Maria Eça de Queirós
37. A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis
38. A Mão e a Luva -Machado de Assis
39. A Mão e a Luva -Machado de Assis
40. A Mão e a Luva -Machado de Assis
41. A Megera Domada -William Shakespeare
42. A melhor das noivas -Machado de Assis
43. A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca
44. A Metamorfose -Franz Kafka
45. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
46. A Mulher de Preto -Machado de Assis
47. A Mulher de Preto -Machado de Assis
48. A mulher Pálida -Machado de Assis
49. A 'Não-me-toques'! -Artur Azevedo
50. A Parasita Azul -Machado de Assis
51. A Pianista -Machado de Assis
52. A Princesa de Babilônia -Voltaire
53. A Relíquia -José Maria Eça de Queirós
54. A Segunda Vida -Machado de Assis
55. A Semana -Machado de Assis
56. A Senhora do Galvão -Machado de Assis
57. A Sereníssima República -Machado de Assis
58. A Tempestade -William Shakespeare
59. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare
60. A última receita -Machado de Assis
61. A Vida Eterna -Machado de Assis
62. A viúva Sobral -Machado de Assis
63. A Viuvinha -José de Alencar
64. A Volta ao Mundo em 80 Dias -Júlio Verne
65. A Volta ao Mundo em Oitenta Dias -Júlio Verne
66. Adão e Eva -Machado de Assis
67. Adão e Eva -Machado de Assis
68. Alma Inquieta -Olavo Bilac
69. Almas Agradecidas -Machado de Assis
70. Americanas -Machado de Assis
71. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
72. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
73. Anedota do Cabriolet -Machado de Assis
74. Anedota Pecuniária -Machado de Assis
75. Antes da Missa -Machado de Assis
76. Antes que Cases -Machado de Assis
77. Antologia -Antero de Quental
78. Antônio e Cleópatra -William Shakespeare
79. Arte Poética -Aristóteles
80. As Academias de Sião -Machado de Assis
81. As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare
82. As Primaveras -Casimiro de Abreu
83. As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo
84. Astúcias de Marido -Machado de Assis
85. Aurora sem Dia -Machado de Assis
86. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
87. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
88. Balas de Estalo -Machado de Assis
89. Camões -Joaquim Nabuco
90. Canção do Exílio -Antônio Gonçalves Dias
91. Cancioneiro -Fernando Pessoa
92. Cancioneiro -Fernando Pessoa
93. Cândido -Voltaire
94. Capítulos de História Colonial (1500-1800) -João Capistrano de Abreu
95. Carolina -Casimiro de Abreu
96. Carta de Pero Vaz de Caminha. -Pero Vaz de Caminha
97. Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós
98. Cartas D'Amor - O Efêmero Feminino -José Maria Eça de Queirós
99. Catálogo de Autores Brasileiros com a Obra em Domínio Público -Fundação Biblioteca Nacional
100. Catálogo de Publicações da Biblioteca Nacional -Fundação Biblioteca Nacional
101. CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca
102. Cinco Minutos -José de Alencar
103. Como e Por Que Sou Romancista -José de Alencar
104. Conto de Escola -Machado de Assis
105. Conto de Inverno -William Shakespeare
106. Contos -José Maria Eça de Queirós
107. Contos Fluminenses -Machado de Assis
108. Coriolano -William Shakespeare
109. Divina Comedia -Dante Alighieri
110. Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
111. Dom Casmurro -Machado de Assis
112. Dom Casmurro -Machado de Assis
113. Dom Casmurro -Machado de Assis
114. Don Quijote -Miguel de Cervantes
115. Don Quixote -Miguel de Cervantes
116. Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes Saavedra
117. Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes Saavedra
118. Édipo-Rei -Sófocles
119. El Arte de la Guerra -Sun Tzu
120. Esaú e Jacó -Machado de Assis
121. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
122. Este mundo da injustiça globalizada -José Saramago
123. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos
124. Eu -Augusto dos Anjos
125. Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos
126. Fausto -Johann Wolfgang von Goethe
127. Ficções do interlúdio: para além do outro oceano de Coelho Pacheco. -Fernando Pessoa
128. Hamlet -William Shakespeare
129. Helena -Machado de Assis
130. Helena -Machado de Assis
131. História da Literatura Brasileira: Fatores da Literatura Brasileira -Sílvio Romero
132. Iliada -Homero
133. Iluminuras -Arthur Rimbaud
134. Iracema -José de Alencar
135. Iracema -José de Alencar
136. Júlio César -William Shakespeare
137. Livro de Mágoas -Florbela Espanca
138. LIVRO DE SÓROR SAUDADE -Florbela Espanca
139. Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
140. Lucíola -José de Alencar
141. Macbeth -William Shakespeare
142. Medida Por Medida -William Shakespeare
143. Memorial de Aires -Machado de Assis
144. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
145. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
146. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
147. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
148. Mensagem -Fernando Pessoa
149. Missa do Galo -Machado de Assis
150. Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare
151. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
152. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco
153. O Alienista -Machado de Assis
154. O Alienista -Machado de Assis
155. O Alienista -Machado de Assis
156. O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa
157. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
158. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
159. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
160. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
161. O Espelho -Machado de Assis
162. O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa
163. O Guarani -José de Alencar
164. O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa
165. O Mercador de Veneza -William Shakespeare
166. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
167. O pastor amoroso -Fernando Pessoa
168. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
169. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
170. Obras Seletas -Rui Barbosa
171. Odisséia -Homero
172. Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare
173. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
174. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
175. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
176. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
177. Os Sertões -Euclides da Cunha
178. Os Sertões -Euclides da Cunha
179. Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare
180. Outras Poesias -Augusto dos Anjos
181. Pai Contra Mãe -Machado de Assis
182. Papéis Avulsos -Machado de Assis
183. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
184. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
185. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
186. Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa
187. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
188. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
189. Poemas em Inglês -Fernando Pessoa
190. Poemas Inconjuntos -Fernando Pessoa
191. Poemas Selecionados -Florbela Espanca
192. Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa
193. Poesias Inéditas -Fernando Pessoa
194. Primeiro Fausto -Fernando Pessoa
195. Quincas Borba -Machado de Assis
196. Quincas Borba -Machado de Assis
197. Redondilhas -Luís Vaz de Camões
198. Rei Lear -William Shakespeare
199. Ricardo III -William Shakespeare
200. Romeu e Julieta -William Shakespeare
201. Schopenhauer -Thomas Mann
202. Senhora -José de Alencar
203. Senhora -José de Alencar
204. Sonetos -Luís Vaz de Camões
205. Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage
206. Sonho de Uma Noite de Verão -William Shakespeare
207. Tito Andrônico -William Shakespeare
208. Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare
209. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto
210. Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare
211. Utopia -Thomas Morus
212. Viagens de Gulliver -Jonathan Swift

TEMOS PENSADORES NA ÁREA

Tem um povo escrevendo um absurdo!!!

Estou muito feliz com produções de meus meninos e meninas, pensadores, pensadoras

Uma olhadinha no material deles seria muito bom...

Podem começar pelo blog do Duda e do Libório.

É boa pedida

http://eduardodantas92.blogspot.com/2008/10/minhas-pstumas-lembranas.html

http://www.liborioslink.blogspot.com/

Bj

Alex

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

REDAÇÃO INTELIGENTE

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio,ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos,carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais:ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono,sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem,numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício.

O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo:era um superlativo absoluto.Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula,com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.


ESTE TEXTO ME FOI ENCAMINHADO POR MANINHA. É DE UMA ALUNA DA UFPE QUE GANHOU CONCURSO INTERNO, ETC. O TEXTO É REALMENTE MUITO BOM, NÃO É? UMA REFLEXÃO METALINGÜÍSTICA.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO


QUERIDOS JÁ TINHA COMBINADO (FIZEMOS ISSO NO SÁBADO PASSADO) PRODUÇÕES DE TEXTOS QUE DEVEM SER ENVIADAS PARA O www.igualdadedegenero.cnpq.br.

A QUANTAS ANDAM AS PRODUÇÕES??

ABRAÇOS

ALEX

DIREITO DE REPUBLICAR O DIREITO DE RESPOSTA

QUERIDOS, TEXTO BRILHANTE DE EDUARDO...
PRECISAMOS DE PENSADORES, SIMPLES, ASSIM...
TÁ NO BLOG DELE, É SÓ ESPIAR...



DIREITO DE RESPOSTA
EDUARDO DANTAS

Olá pessoal, venho em resposta à várias críticas que me foram feitas após ter lançado aqui a postagem abaixo referente à homossexualidade. Sou heterossexual e praticamente fui violentado verbalmente com comentários do tipo “você é gay”, “como você tem coragem de colocar uma frase dessa como título de sua postagem, isso não é atitude de homem!”. Infelizmente nossa sociedade vive ainda na “idade antiga”, não sabem que dentro de cada um, independente de cor ou origem há sempre “eus”.

Um exemplo disso é nosso comportamento perante as pessoas. Diante de seus pais ou mais respeitados por você, a forma dirigida a eles sem dúvida alguma é totalmente diferente à qual você demonstra com seus colegas ou desconhecidos, ou seja, para cada situação, há sempre um comportamento.

Então, particularmente considero que não existe pessoa sonsa, “santa”, ou qualquer outro nome que se possa dar. Existem sim, aquelas que sabem – ou não – se portar nas mais diversas situações de suas vidas. E se você acha que um simples comentário como este escrito por mim na postagem vai definir ou influenciar minha opção sexual, sinto dizer-lhe que não modificarei e muito menos apagarei a postagem, muito pelo contrário, irei fundo na questão. Não por ser homossexual, mas sim por achar que assim como você, qualquer um tem livre arbítrio pra escolher o que fazer de sua vida, livre de religiões, culturas ou hierarquias. Obrigado.

TEXTOS PARA PROVA

SENHORES, DISPONIBILIZO TEXTOS QUE SERÃO UTILIZADOS EM PROVA COMO PARTE DE AVALIAÇÃO DA iv UNIDADE. FAREMOS ESTA ATIVIDADE EM 07 DE NOVEMBRO - 15H10MIN. TODAS AS TURMAS, I E II ANOS ESTÃO CONVOCADAS.



AI! SE SÊSSE!...
(ZÉ DA LUZ)

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e se tu insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!



FONEMAS DA ALEGRIA
(THIAGO DE MELO)

Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente, para desfraldar
este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.
Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e poder ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis girando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.
Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavrasa
os poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar - e de ajudar
o mundo a ser melhor.
Peço licença para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando a boa-nova,
e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.
Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.


FALTANDO UM PEDAÇO
(Djavan)
O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha

O amor é como um raio galopando em desafio
Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho
Na pureza de um limão ou na solidão do espinho

O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços


AVESSO
(Jorge Vercilo)

Nós já temos encontro marcado
Eu só não sei quando
Se daqui a dois dias
Se daqui a mil anos
Com dois canos pra mim apontados
Ousaria te olhar, ousaria te ver
Num insuspeitavel bar, pra decência não nos ver
Perigoso é te amar, doloroso querer
Somos homens pra saber o que é melhor pra nós
O desejo a nos punir, só porque somos iguais
A Idade Média é aqui
Mesmo que me arranquem o sexo, minha honra, meu prazer
Te amar eu ousaria
E você, o que fará se esse orgulho nos perder?

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar

O que eu sinto, meu Deus, é tão forte!
Até pode matar
O teu pai já me jurou de morte
por eu te desviar
Se os boatos criarem raízes
Ousarias me olhar, ousarias me ver
Dois meninos num vagão e o mistério do prazer
Perigoso é me amar, obscuro querer
Somos grandes para entender, mas pequenos para opinar
Se eles vão nos receber é mais fácil condenar
ou noivados pra fingir
Mesmo que chegue o momento que eu não esteja mais aqui
E meus ossos virem adubo
Você pode me encontrar no avesso de uma dor

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar


3 X 4
(Engenheiros Do Hawaii)

Diga a verdade ao menos uma vez na vida
Você se apaixonou pelos meus erros
Não fique pela metade, vá em frente, minha amiga
Destrua a razão desse beco sem saída
Diga a verdade, ponha o dedo na ferida
Você se apaixonou pelos meus erros
Eu perdi as chaves, mas que cabeça a minha
Agora vai ter que ser para toda a vida
Somos o que há de melhor
Somos o que dá pra fazer
O que não dá pra evitar e não se pode escolher
Se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho
Eu gravaria no metal da minha pele o teu desenho
Feitos um pro outro, feitos pra durar
Uma luz que não produz sombra
O que não dá pra evitar e não se pode escolher




COR-RESPONDÊNCIA
(Elisa Lucinda)

Remeta-me
os dedos
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim estas tardes
que parecem repetir
o amor bem-feito
que você tinha mania de fazer comigo.
Não sei amigo
se era seu jeito
ou de propósito
mas era bom
sempre bom
e assanhava as tardes
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos que nos bolinaram os dois
a dois.
Pense em mim
e me visite no correio
de pombos onde a gente se confunde
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

CONVOCATÓRIA ____ SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

REVISTA IDIOSSINCRASIA

QUERIDOS, AQUI PODEMOS BAIXAR NOSSA REVISTA!!

http://rapidshare.com/files/153628946/1__EDI__O_DA_REVISTA_IDIOSSINCRASIA_CEFET.pdf.html



ABRAÇOS!

domingo, 12 de outubro de 2008

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA____ COLOCANDO O BLOCO NA RUA




E olha que o material está ainda na prévia

Bj a todos

Alexandre

sábado, 11 de outubro de 2008

Negra vendendo Cajus - Debret


Lucciano está trabalhando nesta imagem.

Creio que será uma das marcas da Semana da Consciência...

Abraços

Alex

O sermão do Bom ladrão

Queridos, quem estiver com o texto "O sermão do bom ladrão" deve substituí-lo por um texto de Gregório de Matos.

Este é o link

http://www.jornaldepoesia.jor.br/gregoi10.html

abraços

Alex

CLAUDIO MANOEL DA COSTA

QUERIDOS, O SÍTIO PARA OS TEXTOS DE NOSSA AULA...

http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/claudio.html

ABRAÇOS

ALEX

Redações

Queridos, combinamos a produção de duas redações.

Uma é para concurso! Lembre-se de enviá-la - se quiser - para o email das nossas amigas Maria Clara, Isa e Rebeca. Tem prazo: é fim!!!

A outra é a redação da PUC!

Espero contatos! E produções!!!!!

Caprichem

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Queridos _ _ _ Teremos o ELITE




Já começamos a pensar o ELITE. Ele ocorrerá no fim do ano, no último dia de aula de Língua Portuguesa, sexta feira. Não ficaremos o dia inteiro com a atividade. Teremos no máximo três horas de apresentações, ok? É importante que você se empenhe, esteja em contato com sua turma. Há três coordenadores destacados em cada sala.

Abaixo disponibilizo imagens para nossos pintores que farão releituras do Arcadismo...

Abraços

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

AS PERGUNTAS!!

O texto Carta ao Zézim é pertencente a qual gênero textual? Justifique.

A qual tipologia textual pertence o texto Carta ao Zézim?

Analise a importância desse texto ser “escrito” em 22 de 12 de 1979, bem como o local onde fora “escrito”.

O que há de romantismo nesse texto? Escolha uma poesia que se intertextualize com o texto.

Quem são os interlocutores do texto?

Dentro do texto “Carta ao Zézim” há um texto em Língua Inglesa. Explique sua importância para o processo de produção de sentido.

Que vocábulos eram desconhecidos por você?


Família - RUBEM FONSECA

Em que aspectos os textos “Família” e “Carta ao Zézim” são intertextuais?

Que função da linguagem está mais presente no texto “Família”?

Compare o texto “Família” com o texto de Frei Betto “Somos todos pós-modernos?”

De que modo a sexualidade é tratada no texto de Rubem Fonseca?

Que vocábulos eram desconhecidos por você?



Construção - CHICO BUARQUE

Que função da linguagem está mais presente em “Construção”?

Por que podemos afirmar que o texto “Construção” é um poema?

Há nele metalinguagem?

O que diferencia o tema da sexualidade presente nos três textos?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

QUERIDOS - O TEATRO


QUERIDOS, ESTOU UM POUCO PREOCUPADO COM O TEATRO...

PARECE QUE O PESSOAL NÃO TEM IDO MUITO AOS ENSAIOS! LOGO APRESENTAREMOS DUAS ATIVIDADES: O AMOR E A METAMORFOSE.

ESSAS APRESENTAÇÕES QUE OCORRERÃO NA SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, DEVEM REFERENDAR NOSSOS ESFORÇOS EM OFERECER À CIDADE, UMA PROGRAMAÇÃO DE QUALIDADE, MAS, PARA ISSO, É IMPORTANTE QUE OS ENSAIOS OCORRAM E QUE ESTEJAMOS COMPROMETIDOS.

BORA DAR UM ALÔ PRA GALERA QUE ESTÁ UM POUCO DESANIMADA, CERTO?

É IMPORTANTE QUE OS ENSAIOS OCORRAM PRINCIPALMENTE DE SEG À QUARTA, PARA NOS OUTROS DIAS PODERMOS PROMOVER OUTRAS ATIVIDADES.

BJ NO CORAÇÃO

ALEX

Agendem - se

Queridos, na semana de 09 a 11 de Outubro, teremos atividades diversas. Assim, é importante que nos agendemos para o bom andamento dos trabalhos.

Enfim...


Lembrem de levar seu módulo para a aula de Sexta (de manhã)

Na quinta de tarde teremos o filme "O nome da Rosa" - 15h

Na sexta de tarde vamos corrigir prova de Vestibular - 15h

No sábado teremos o documetário: Blue Eyed e a entrevista com Lilia Schwarz - Começaremos às 7h.

Sábado às 7h - impreterivelmente nesse horário - divido as tarefas de monitoria da Semana da Consc. Negra

QQ dúvida mantenham contato: alexandre.pro@gmail.com; alex_iasc@hotmail.com (apenas para msn)

Abração

Alex

domingo, 5 de outubro de 2008

REVISTA IDIOSSINCRASIA _____ CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO

QUERIDOS, ESTAMOS RECEBENDO TEXTOS PARA A NOSSA REVISTA IDIOSSINCRASIA. QUEM QUISER MANDAR TEXTOS, DEVE FAZÊ-LO PELOS CORREIOS ELETRÔNICOS: raiane.baleeiro@hotmail.com ou johacia.oliveira@hotmail.com, ou ainda pelo idiossincrasia.revistacefet@gmail.com.

O TEMA SERÁ "POLÍTICA". A data limite para enviar textos é dia 14 deste mês. Vamos lá!



SEU TEXTO DEVE VERSAR SOBRE QUESTÕES QUE ENVOLVAM A POLÍTICA NACIONAL, INTERNACIONAL.

O TEXTO PODE SER DE QUALQUER GÊNERO: CONTO, CRÔNICA, RESENHA DE LIVRO E FILMES, DISSERTAÇÃO, POEMA.

ALGUMAS SUGESTÕES:

* ANÁLISE DE CAPAS DE REVISTAS QUE VERSEM SOBRE A MATÉRIA;

* A CONJUNTURA DA POLÍTICA EM EUNÁPOLIS;

* A POLÍTICA E A CIDADANIA;

* A POLÍTICA EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO;

* A POLÍTICA "SILENCIOSA/SILENCIADA" EM ÉPOCA DE NÃO-ELEIÇÃO;

* A POLÍTICA COMO INSTRUMENTO DE PODER;

* A MULHER E A POLÍTICA;

* POLÍTICA DAS MINORIAS: GAYS, LÉSBICAS, RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS;

* POLÍTICA NA ESCOLA;

* POLÍTICA E SOCIEDADE / SOCIOLOGIA CULTURAL;

* POLÍTICA E HISTÓRIA
& JK; GETÚLIO VARGAS; MAIO DE 68; GOLPES POLÍTICOS E MILITARES;

* O JOVEM, SEUS MOVIMENTOS, E A POLÍTICA;

* POLÍTICA DE COTAS PARA MINORIAS;

* POLÍTICA PARTIDÁRIA - ANÁLISE DE PARTIDOS - SISTEMA DE ELEIÇÃO;

E TANTOS OUTROS TEMAS QUE PODEM SER ABORDADOS

É brincadeira, né não??



Quem esteve conosco neste último sábado, o que precedeu as eleições, deve fazer uma leitura bastante interessante das imagens que aqui disponibilizo. Gostaria de que, partindo do texto de Frei Betto, "Somos todos pós-modernos", a gente refletisse sobre estas imagens. Estou me segurando para não ficar tão enojado, mas é a sociedade do espetáculo, massificada, shownarlizante, googletizante... enfim... é isso! E a gente pode fazer algo?? Creio eu que sim.

sábado, 4 de outubro de 2008

Análise da Linguagem _ Momento Risada


Hoje em nossa aula falamos sobre Funções da Linguagem!!

E o meu amigo Hyago me mandou esta imagem. Gostaria que vocês, atentamente, fizessem uma análise ideológica da mensagem (kkk). Podemos inclusive, pensar na função da linguagem envolvida... Se a questão será resolvida no emissor, no receptor ou na mensagem (kkk). E com que objetivo, portanto, função, terá sido escrita???

Abração

Alex

Bahia - Afro

Queridos, vejam que site lindo...

http://www.bahiaafrofilmfestival.com/a-bahia.aspx

É de coisas assim que precisamos. Gente inteligente e responsável demandando cultura.
Há videos pra você visitar.

Bj

Alexandre

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

CONSTRUÇÃO BY CHICO BUARQUE

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acbou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

CLARA by Caetano Veloso

Quando a manhã madrugava
Calma, alta, clara
Clara morria de amor
Faca de ponta
Flor e flor
Cambraia branca sob o sol
Cravina branca, amor
Cravina, amor
Cravina e sonha
A moça chamava Clara
Água
Alma
Lava…
Alva cambraia no sol
Galo cantando cor e cor
Pássaro preto dor e dor
O marinheiro amor
Distante amor
Que a moça sonha só
O marinnheiro sob o sol
Onde andará o meu amor
Onde andará o amor
No mar, amor
No mar sonha
Se ainda lembra o meu nome
Longe, longe
Onde, onde se vá numa onda no mar
Numa onda que quer me levar
Para o mar
De água clara, clara, clara, clara
Ouço meu bem me chamar
Faca de ponta
Dor e dor
Cravo vermelho no lençol
Cravo vermelho amor
Vermelho amor
Cravina e galos
E a moça chamada Clara, Clara, Clara, Clara
Alma tranquila de dor




ESTE É UM DOS TEXTOS DE CAETANO - O POETA - MAIS CONHECIDO, PENSADO, RESENHADO... ESTÁ NO MÓDULO DO PRIMEIRO ANO, A GENTE JÁ TRABALHOU COM ELE, MAS ME DEU UMA VONTADE ENORME DE POSTÁ-LO. ESTAVA ASSISTINDO A UM DOCUMENTÁRIO E FIZERAM REFERÊNCIA A ELE. VALE PENSAR SUA MELODIA, SUA MUSICALIDADE E OS JOGOS SINTÁTICO-SEMÂNTICOS QUE CAETANO FAZ.
SÓ MAIS UM PARÁGRAFO: VIVEMOS UM TEMPO TÃO ESTRANHO... NÃO É MESMO? AS PESSOAS CANTAM E DANÇAM CADA COISA POR AÍ! TALVEZ SEJA DIFÍCIL PARA UM OUVIDO MENOS, DIGAMOS, APURADO, PERCEBER "CLARA", MAS AÍ VAI A DICA. INTÉ...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

MACHADO DE ASSIS!!!!


Cartas de Machado...

Ao lê-las conhecemos um pouco mais desse mago das letras, o Bruxo do Cosme Velho.

Bj e boas leituras

Este é o link:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI13538-15254,00-A+CORRESPONDENCIA+DE+MACHADO+DE+ASSIS.html

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Construindo o prazer pela leitura: minha infância, minha escola

Alexandre Fernandes


Encontrar o prazer pela leitura é o que de melhor podemos fazer por nós. Não tenho dúvidas disso. Penso que ninguém em sã consciência admite o contrário. Numa sociedade grafocêntrica como a nossa, sabemos bem a que coisas está sujeito aquele que não domina a leitura (claro que a escrita também, mas me aterei aqui à leitura). A leitura é capaz de nos transportar para outros mundos, iluminando-nos. É capaz de nos fazer transcender.

Há um escritor de quem gosto muito, o Milton Santos. Ensinou-me (além de outras milongas) sobre o “não-lugar”, sobre o “não-tempo” ao qual nós todos, pobres mortais, fomos conduzidos, resultado de um mundo globalizado e pós-moderno.

Hoje, por conta da tecnologia com seus satélites e fibra óptica, conversamos com pessoas em qualquer parte do mundo em tempo instantâneo, real time. Preferimos ir à Capital fazendo o trecho aéreo Porto Seguro – Salvador do que ir de Porto à Canavieiras. Advinha quem chega primeiro. Se contarmos com o trânsito das cidades grandes, esta analogia fica ainda mais interessante.

A noção que tinham os Modernos de tempo e espaço se desmanchou no ar, parafraseando Marx. Vivemos a era da incerteza, do irreal, do simulacro em que o lugar e o tempo não existem mais. Isso é um fato.

Contudo, é a leitura, mais do que qualquer processo tecnológico, que nos faz transcender, lançando-nos a um outro mundo. Borges dizia que a leitura é uma forma de felicidade. Contumaz leitor, cego aos 57 anos, não se fez de rogado, tinha quem lia para ele. Apossou-se dos olhos dos outros para poder ler e continuar se regozijando. Borges queria continuar feliz. Creio ter feito isso com minha mãe; apropriei-me de seus olhos durante certo tempo.

Quando era pequeno, ela contava histórias gostosas. Era muito divertido e sempre pedia para repetir. Tinha trechos em que avançava e eu mesmo “tomava as frentes” e contava o resto da história. Outras vezes pedia para ir mais devagar. Não sabia, mas eu já estava lendo mesmo sem ir prá escola. A leitura, ainda bem, independe da escola.



Claro que a escola é um espaço para sistematizar a leitura, mas muitas vezes acaba prestando um desserviço. Para os interessados nos assunto, há o livro da professora Magda Soares, Linguagem e Escola.

Voltando as gostosuras de mamãe. Às vezes na parte em que a bruxa oferecia a maçã à Branca de Neve, pow! uma magia acontecia. Eu era enfeitiçado e franzindo os olhos, saboreava aquelas palavras, deliciando-me com elas, sorvendo-as lentamente como quem demora ao máximo para ler o último capítulo de um livro que está gostando. Ficava agitado, o coração palpitando até que a Branca de Neve acordava com o beijo do príncipe. Encantado.

Teve um dia em que mamãe resolveu me apresentar ao Pinóquio. Acho que estava, na verdade querendo me ensinar algumas coisas como ser um menino comportado e não mentir, principalmente. Mas, quando a gente é criança, o que crescem mesmo são as orelhas. A tia da escola sempre as puxava. Aliás, não me lembro da tia contando histórias não. Lembro de mandar escrever o lema da bandeira do Brasil em uma prova na primeira série. Primeira série, sete anos, e meu tempo já era desperdiçado.

Estudei em colégio de padres. Lá tinha uma biblioteca com muitos livros. Ficava trancada sempre. A gente só poderia ir lá quando estivesse na quarta série. E quando lá chegasse tinha um dia específico para a leitura: às sextas, durante a tarde. De manhã tinha aula.

Acho que por conta de mamãe, minha vontade de chegar à quarta série e ter acesso aos livros foi enorme. Parecia eu o Adso de Umberto Eco querendo chegar à torre onde a Igreja guardava seus livros.

Minha primeira vez foi maravilhosa. Lembro-me dos detalhes. Naquele espaço mágico havia livros de capa dura com desenhos. Ilustrações. Muitas. Quando virava o livro de posição, o desenho da capa mudava e mudava de novo e mudava. Eram vários livros, todos com letras grandes e muitos desenhos. Várias histórias. E o bom é que ninguém nunca me cobrou nada sobre essas leituras, como teimam em fazer com os meninos e meninas que vão para o vestibular.

Me causa – pronome usado erroneamente, dirão os gramatiqueiros –, digo, causa-me estranheza essa coisa de ter de ler para o vestibular. Já pensou ler João Ubaldo Ribeiro, Viva o povo brasileiro, Carlos Drummond de Andrade, Rosa do Povo, Graciliano Ramos, Vidas Secas porque é uma exigência de um dia de prova? “Devolver” essas preciosidades em um dia? Em quatro ou cinco perguntinhas?

Ninguém deveria ser obrigado a ler. Nem obrigado a responder perguntas que os próprios autores dizem não entender (este período ficou ambíguo, de propósito?).

Como construir prazer pela leitura quando há uma pedagogia da não leitura em nossas escolas? Pra que dia da leitura? Se quisermos que os meninos e meninas leiam, a leitura deve estar presente de segunda a sexta, do início ao fim do ano, os “no mínimo” duzentos dias letivos.

Mas não é isto o que acontece. Nas escolas, muitas vezes, por conta de certas exigências e conteúdos que “precisam ser cumpridos”, atropelamos o prazer, sacrificamos o sabor da descoberta da leitura.

Mas como assim “conteúdos que precisam ser cumpridos”? Quem disse isso? Que currículo é esse? A favor de quem foi construído? Contra quem? Normalmente a resposta é o vestibular, o mercado, o sistema.

Às vezes fico achando que as escolas são um espaço meio chato. Séria, chata, dura. Espaço para fazer ciência é o que dizem. Já reparam nos rostos de alguns cientistas? É uma gente pouco afeita aos brinquedos, como diria Rubem Alves, e por isso, pouco feliz. É uma gente que, normalmente, também não lê. E o que é o pior. Exigem que os outros leiam. Aliás, está cheio de professor que não lê e diz que os meninos e meninas...

Retornando ao vestibular, alguns iluminados podem até dizer que descobriram sim o prazer pela leitura tendo de estudar (todas as disciplinas e ainda ler os livros) para os vestibulares da UESB, UNEB e UFBA. Um catatau de coisas para cumprir, não é mesmo? Por isso, desconfio.

Eu prefiro confiar mesmo é em minha mãe. Lendo para mim abriu portas para a leitura do mundo. Lendo e relendo. Sem me cobrar nada. Lendo apenas. Inventando histórias. Deveríamos ter espaços para contação de histórias nas escolas. Seria bacana...

Uma vez, Hans Christian Andersen entrou lá em casa. O patinho feio. O soldadinho de Chumbo. Com suas histórias me ensinou muita coisa. Uma delas foi a ousadia de apontar: O rei está nu! O rei está nu!

Talvez seja o caso, se quisermos mesmo formar leitores poderíamos começar seriamente por re-ler “histórias infantis”. O Rei está nu é boa pedida. Fica o convite para transcender. Senão, poderíamos reler o Pinóquio, sem ofensas, é claro.

É possível produzir textos bons, eficientes e inteligentes??

Ela: da gramática à Língua Portuguesa


Bruno Elinton Guimarães de Araújo - EI 11

Língua Portuguesa. Ô materiazinha chata! Era o que eu dizia desde... Não sei ao certo. Só sei que era um tal de sufixo, prefixo, advérbio, predicado, entre outros que não me deixavam em paz.
Lembro de uma certa vez em que minha professora do ginásio passou uma de f... Como dependia dessa prova para passar de ano, tratei de decorar tudo quanto era regra de gramática. Era tanta regra quanto as de uma escola militar, e o pior era que eu não podia fazer nada a não ser decorá-las. Resultado: Fiz a prova, e, por incrível que pareça passei.
Foi a partir desse momento que percebi que a gramática nada mais era que regras á serem decoradas. Regras chatas, mas, necessárias admito. Os anos foram se passando e em minha cabeça ia se formando o conceito de que a Língua Portuguesa era uma matéria que nos queria fazer “andar na linha”
Penso que a maior parte... Ou melhor dizendo, toda a minha vida no ginásio fora como a vida de um vassalo na Idade Medieval, onde a gramática era o clero e ao mesmo tempo o rei e os nobres, e eu seu mísero vassalo. Porém como o feudalismo passou a minha vida de vassalo também passaria. E foi exatamente o que aconteceu. Isso só possível graças ao meu ingresso no CEFET-BA de Eunápolis.
Foi aqui onde comecei realmente a pensar o mundo. Ler textos, livros e assistir a bons filmes viraram hábitos e isso me fez perceber o quanto de conhecimento perdi no ginásio e como a gramática aprisionava não só a mim, mas também meus ex-colegas.
Desde então consegui com a ajuda de meus professores, ficar por cima dessa “maldita”, consegui fazer com que a gramática fosse algo fácil de ser encarado e conseqüentemente a temível Língua Portuguesa.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Reforma Ortográfica _ A língua e suas mudanças

Queridos, a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, um acordo discutido desde 1990, vai entrar em vigor a partir de janeiro de 2009 nos oito países que falam o idioma. Ao todo, 230 milhões de pessoas terão de se habituar às novas normas!

Me cobrem isso! Tenho um arquivo pdf sobre as norvas regras, seria bom fazer esse material circular. Assim, em nosso próximo encontro vocês poderiam levar pen drive, mp4 ou equivalente para copiar.

Vou mandar para o email do Grêmio, talvez eles possam reenviar, não sei...

Abraços

Alexandre

sábado, 20 de setembro de 2008

Videos

Assistir é fundamental. Ou melhor, acessar.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM880352-7823-EDUCACAO+NO+BRASIL,00.html

Este é sobre a questão da Universidade.

Abraços

Alex

Vídeos

Queridos vídeo para assistir. Tem filósofo falando. E feito pela Globo, não fica chato não, né!! E está falando de um tema fundamental. A educação...

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM740060-7823-O+VALOR+DO+AMANHA+A+IMPORTANCIA+DA+EDUCACAO,00.html

Abraços

Alex

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A Gramática no Cordel __ Janduhi Dantas

Previlégio ou Privilégio?


É com e ou é com i?
Preste atenção no recado:
Quem pronuncia ou escreve
Previlégio está errado,
Quem grafa ou diz privilégio
É um privilegiado


Maisena, com s


Maizena escrita com z
É a da marca afamada,
A maisena da gramática
É a com s grafada:
S depois de ditongo,
Diz a regra, camarada!


Porque de todo jeito


O emprego dos porquês
Há quem ache complicado.
Há porque de todo jeito:
Porque junto, separado,
Com acento, sem acento,
Há porque pra todo agrado!


Porque junto e sem acento
Será uma conjunção
Explicativa ou causal,
De um pois tendo a função:
"Mateus está de castigo
Porque não fez a lição".


"Por que não telefonou?"
(Veja como está grafado):
Na frase interrogativa,
Sem acento e separado
"Por que não disse a Maria?",
"Por que não deu o recado?"


Por pelo qual e flexões
Por que também é usado
(Sendo a preposição por
Ao pronome que ligado):
"Sei que é grande o sofrimento
Por que você tem passado".


Quando for substantivo,
Porquê junto, acentuado;
Vindo depois de artigo
E por motivo empregado:
"Ele não disse o porquê
De à aula ter faltado".


Por quê — em final de frase
Interrogativa ou não.
E o que é acentuado
Se no fim da oração:
"Lumária te disse o quê?"
(Entenda, preste atenção!).

Textos para leitura

Senhores, atenção

Caros Amigos - Ano XII - número 138 _ Setembro

relação de textos da Revista Caros Amigos -
(verifique se os textos estão no site da Revista ou então você os encontrará na Copimax)

Ausênsia do livro - Ana Miranda
O racismo lingüístico do Brasil - Marcos Bagno
Somos todos pós-modernos - Frei Betto
Josué de Castro, vive! - João Pedro Stédile
Os cem anos de um precursor da renda mínima - Eduardo Suplicy

domingo, 14 de setembro de 2008

A AMAZÔNIA E A COBIÇA INTERNACIONAL

(Senhores, este texto me foi indicado por Paulo da EI 11. É necessário e importante. Segue o texto)


Artigo publicado no Momento em 28.11.2001

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia na
UNiversidade Candido Mendes, Professor na
UERJ e Conselheiro da ESG


A Amazônia corre sério risco. O Plano Colômbia está em plena execução. Com o pretexto de combate ao narcotráfico, os americanos já estão na parte colombiana da floresta amazônica. Não é de hoje que a rica região amazônica brasileira é alvo da cobiça internacional. A estratégia atualmente adotada pelos "donos do mundo" para conquistar a Amazônia não é pelo confronto direto e sim por via indireta, como, por exemplo, através da demarcação de terras indígenas.

Na realidade, já existem precedentes bem conhecidos por todos nós, brasileiros. Em 1850, os EUA já pregavam a ocupação internacional da região. Em 1930, o Japão defendeu a tese de abrigar naquela área excedentes populacionais. Em 1949, a UNESCO sugeriu a criação do Instituto Nacional da Hiléia Amazônica, com funções executivas. Em 1960, o Instituto Hudson defendeu a tese da criação de sete lagos na região. Em 1992, a chamada ECO-92 (Conferência Internacional), realizada no Rio de Janeiro, avançou o processo. A seguir, constatamos a realização, em maio de 1993, de manobras das Forças Armadas dos EUA, a menos de 100 km de nosso território, sob a desculpa de combate ao narcotráfico, ao mesmo tempo em que construíram gigantesca base aérea no Paraguai e adestraram uma divisão especial para combate na selva.

Em novembro de 1993, a ONU proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Índios, já preparando a criação da chamada "nação yanomami", a ser transformada posteriormente num "estado soberano". É sabido que os EUA concederam 28 ha de terra a cada índio norte-americano, enquanto o governo Collor destinou cerca de 9 milhões de ha a alguns milhares de índios yanomamis, em faixa contínua à concedida pela Venezuela, onde também a mesma tribo conseguiu um terreno equivalente para não mais de 3.000 índios. É muita coincidência. Um índio levaria mais de 70 anos para percorrer, andando, de um extremo a outro, a área demarcada.

O Conselho Mundial das Igrejas, em seu documento "Diretrizes para a Amazônia", prescreve a internacionalização da área. O ex-presidente François Mitterand declarou que "alguns países deveriam abrir mão de sua soberania em favor dos interesses globais". O ex-presidente Gorbachev afirmou "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais". O ex-vice-presidente dos EUA, Sr. Al Gore, bradou: "a Amazônia é um patrimônio da humanidade e não dos países que a ocupam". E o estrategista da guerra do Vietnã, Sr. Henri Kissinger, enfatiza: "não devemos permitir que surja, ao sul do Equador, mais um tigre asiático". Todos na linha da defesa da extinção do Estado Nacional Soberano brasileiro, da restrição da soberania, da reunião das nações indígenas, do desmonte das Forças Armadas brasileiras, da prevalência das questões ecológicas. Qualquer semelhança não é mera coincidência. E há "brasileiros" que estão de acordo com isto. Por muito menos Joaquim Silvério dos Reis passou à História como traidor da pátria.

Lembram-se das festividades dos 100 anos do Teatro de Manaus, quando uma fortuna foi paga ao tenor Carreras, do filme Anaconda, rodado na região, e na edição de duas séries especiais contra a "destruição da Amazônia", dos seriados Super-Homem e Robocop ? Tudo isto faz parte da gigantesca orquestração dos "senhores do mundo", que financiam regiamente a mídia internacional e nacional para difamar o Brasil, vendendo a idéia de que não temos condições de administrar nosso território. É o emprego da expressão psicossocial.

Na expressão econômica, os organismos internacionais vão até o limite do intolerável em suas pressões. Recentemente , foi quebrado, na prática, o monopólio do petróleo, pelo Dr. David Zylbersztajn, com a licitação de 27 áreas de nove bacias sedimentares brasileiras em junho. A participação das multinacionais no faturamento da indústria passou a 44% e das empresas estrangeiras no segmento das grandes empresas passou para 42%. O crescimento do controle estrangeiro das empresas nacionais cresceu para 35% em 1997. E os alienígenas responderam por 44% do total exportado pela nação em 1997. Das 530 maiores empresas do país, 50% não pagam imposto de renda e das 66 maiores instituições financeiras, 42% também não recolhem, além de 34% dos tributos pagos pelas empresas estarem "sub judice". A cada R$ 1,00 arrecadado corresponde R$ 1,00 sonegado. O pagamento de juros nominais atingirá mais de 120 bilhões em 2001.

Na expressão militar, foi criado o Ministério da Defesa. O Comandante do Exército advertiu: novas restrições exigem estudo acurado para que não " atinjam a capacidade operacional das Forças , no cumprimento de suas missões constitucionais".

Na expressão política, procuram validar ações danosas ao Brasil, tornando-as irreversíveis. O presidente FHC proclamou, em discurso pronunciado no dia mundial do meio ambiente, às margens do rio Japurá: "Esta Amazônia é e será cada vez mais de brasileiros conscientes da importância da Amazônia. Se não houver continuidade das ações a questão ecológica nunca será resolvida no país". E, ao mesmo tempo, enviou ao Congresso a chamada "lei do desarmamento do cidadão". Soa estranho, na atual conjuntura, quando o país não tem nem poder nuclear, nem mais indústria bélica própria, enquanto os EUA aniquilam um país soberano, sem apresentação de provas conclusivas sobre os autores do atentado terrorista. Será que é para facilitar a tomada de nosso território e de nossas riquezas? Afinal, sabemos que numa guerra convencional não temos chance, só restando a guerrilha na selva, pois aos invasores não interessa a destruição das riquezas existentes através de bombardeios. E então será importante a posse de todo tipo de arma, até facas, bastões etc. por aqueles que vão defender nosso patrimônio e nossa soberania

E as últimas máscaras caíram. O senador republicano Paul Coverdell, presidente do subcomitê de relações exteriores do Senado norte-americano para assuntos do hemisfério ocidental, pregou, no dia 25.02.99, em Washington-EUA, a intervenção direta, de maneira unilateral, na América Latina, a pretexto de "proteger" a democracia. O senador afirmou que as ações da OEA (Organização dos Estados Americanos) na região têm sido insuficientes e chegou a afirmar que a América Latina atingiu um estágio em que golpes militares já não são aceitos. De acordo com ele, os EUA "devem ir mais fundo no combate a golpes em câmara lenta, em que um líder eleito livremente esmaga a democracia em seu país". Como exemplo, o senador citou a Venezuela, onde, segundo ele, o presidente Hugo Chávez teria adotado medidas para concentrar o poder em suas mãos, passando por cima de controles constitucionais. As idéias de Coverdell serão difundidas no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um centro de investigação de tendência conservadora.

A História mostra que, ao longo do tempo, os EUA já realizaram diversas intervenções diretas militares, como no Panamá e Granada, mas a maior parte é feita através de ações indiretas, como, recentemente, no Paraguai e no Equador, quando ameaçaram impor sanções econômicas, chegando até a perspectiva de um bloqueio de comércio, a exemplo do ocorrido em Cuba, além de empregar na coação administrações caudatárias, como a do Brasil. No Paraguai, o objetivo explícito era esmagar o general nacionalista Lino Oviedo, próximo de empalmar o poder, pois elegeu, com seu apoio, o candidato vencedor, obrigado a renunciar, depois do assassinato do vice-presidente que a mídia internacional amestrada atribuiu, sem provas, a autoria intelectual ao general. No Equador, chegaram a derrubar, em questão de horas, a junta constituída após a renúncia formal do presidente deposto, depois de "dolarizar" a economia, para mantê-la.

Contam com a cumplicidade, a subserviência, a vassalagem de grande parte das elites dos países periféricos. Por intermédio dos "neoentreguistas", bem como dos velhos entreguistas, dominam a economia, controlam os centros de irradiação de prestígio cultural (meios de comunicação de massa, universidades, teatro, cinema), financiam os seus servos em campanhas a cargos eletivos, de vereador a presidente, elegendo os mais dóceis ao seu comando. Basta o leitor olhar para as administrações de vários países integrantes da América Latina, para constatar a realidade. E, não satisfeitos, chegam ao acinte de empregar seu aparato de inteligência, braço do complexo militar-industrial norte-americano, para, em cooperação com países cúmplices (anglo-saxões), praticar espionagem industrial de seus próprios "aliados", inclusive na Europa, por meio da NSA (Agência Nacional de Segurança), capaz de interceptar as comunicações de qualquer natureza, seja qual for o meio utilizado. É a rede Echelon.

É sabido que um americano médio consome o equivalente a dez vezes aquilo que um brasileiro médio. E querem continuar a usufruir as benesses do avanço do processo civilizatório, sem levar em conta os custos, inclusive ecológicos e ambientais, negando-se até a subscrever o Acordo de Kyoto. Tentam imputa-los aos países emergentes, como o Brasil. O objetivo deles é a manutenção de suas posições hegemônicas, a qualquer custo.

O crime perpetrado contra a humanidade, sob a desculpa da "globalização", em nome do neoliberalismo, onde poucos ganham muito e muitos perdem o pouco possuído, não passará incólume na História. Suas conseqüências danosas continuam a ser flagradas e denunciadas passo a passo, tais como: o esfacelamento de nações outrora prósperas como a Iugoslávia, a destruição implacável de povos e etnias como os palestinos, a imposição do conceito de soberania relativa, quando os EUA, sem autorização expressa da ONU, atacam violentamente outros países. Ontem, a antiga Iugoslávia. Hoje, o Afeganistão. Amanhã, poderá ser qualquer um. Um número cada vez maior de nações e povos ultrapassa os limites da linha de pobreza, devido ao brutal processo de concentração de renda. A riqueza vai sendo transferida progressivamente para os países mais ricos, via comércio internacional, onde os índices de relação de troca penalizam cada vez mais os países menos desenvolvidos. Outro instrumento importante de transferência consiste no pagamento de juros extorsivos, provenientes da formação de dívidas originárias, principalmente, do perverso mecanismo de juros sobre juros, tornando impossível a liquidação do principal. Outro mecanismo empregado reside no pagamento de "royalties", lucros e dividendos, cada vez mais volumosos, fruto da ampliação de investimentos dos "donos do mundo" nas nações periféricas, em especial em setores estratégicos e vitais como comunicações, energia, água.

Parece um retorno ao passado. Na época das grandes navegações, países com pequena extensão territorial e população modesta, como Portugal e Espanha, detentores de tecnologia de ponta, à época, capital e iniciativa, realizaram estes feitos para ocupar regiões ricas em recursos naturais, com vasta extensão territorial, como, por exemplo, as Américas. O filme se repete. Portugal, França e Espanha estão aplicando vastos recursos no setor energia. Os EUA em comunicações. A Vale do Rio Doce comprada pelos "donos do mundo". Possui o direito de lavra de um subsolo possuidor de reservas no valor de trilhões de dólares. A estratégia deles é trocar "papel-pintado" por recursos vitais, que serão escassos no terceiro milênio, como a água.

O Brasil é detentor da maior reserva de água doce do mundo, em sua maior parte na Amazônia. O "ouro branco" será o recurso mais raro e disputado, nos próximos anos. Guerras acontecerão por sua causa. Nos EUA, a Flórida e a Califórnia já estão dessanilizando a água do mar, a custos elevados, por carência de água doce. E eles estão interessados em garantir, para o futuro, a propriedade destes recursos raros. Hoje, o petróleo. Amanhã, a água. Daí a cobiça internacional pela rica região amazônica. Não é só a água. São os recursos minerais, vegetais, a biogenética, a fauna. Não será exagero afirmar que a nação possuidora da Amazônia será a potência do terceiro milênio. Por isto, devemos ocupa-la não só militarmente, como economicamente, para mantê-la no Brasil. Caso não o façamos, de imediato, perderemos, direta ou indiretamente, esta terra de Canaã, herdada de nossos antepassados. Com a cumplicidade de traidores da pátria os "donos do mundo" vão tomando posse da região, a pretextos vários. Demarcação de terras indígenas, sob a orientação de ONGs estrangeiras, compra de territórios, ocupação dissimulada através de "grilagem", criação de reservas ambientais.

É necessário agirmos enquanto é tempo para evitar a perda irreparável.

Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br

Site: www.brasilsoberano.com.br

Agendem-se_Passem isso para os outros colegas

Queridos ficamos assim:

Quinta (18/09)

01 - Você deve levar seus escritos, conforme combinado, para finalização da unidade.
02 - Assistiremos ao filme Desmundo, no Auditório, ás 15h.

Sexta (19/09)

01 - De manhã, prosseguimos nossos estudos com o módulo.
02 - Haverá a gincana do colégio, de modo que, nossa atividade que ocorreria às 15h fica para a semana que vem.


Quinta (25/09) / Sexta (26/09)/Sábado (27/09)

Queridos, nestas datas estarei em Jequié, de modo que, nossas atividades voltarão a ocorrer na semana seguinte. Atenção: creio ser interessante você usar estes horários que seriam para nossas aulas com leituras do livro de Roberto DaMatta, "O que faz o Brasil, Brasil". Não preciso lembrar que nosso tempo é curto, então, mão na massa! Já lembrei (rsrsrs).

Quinta (02/10)

01 - De manhã quero revisitar aqueles textos que solicitei anteriormente: Carta ao Zézimo, Família do Rubem Fonseca. É importante leitura anterior e levar os textos.

02 - De tarde (15h). Vamos resolver questões de vestibulares. Leve o material que disponibilizamos na Copimax. São três provas. Há uma cujo título é "PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais" e uma outra, com o título "Pronera". Tem outra também, mas não me lembro o título. Está tudo lá.


Sexta (03/10)- Teatro Amor, ensaios e tudo o mais

01 - De manhã, prosseguimos nossos estudos com o módulo.
02 - Tarde / ensaios e outras correrias
Noite da Sexta - Grande noite - 19h / Teatro!!!!!


Sábado (04/10)
01 - Às 9:30 - eh! vida dura! Vamos nos reunir para resolver uma outra prova, conforme já tínhamos combinado. Desta vez teremos um momento sistematizado, no qual, você resolve as questões e vê como está, certo?


Quinta (09/10)
01 - Aula de manhã no Áúdio com discussões diversas;
02 - Á tarde! 15horas. Exibiremos um vídeo interessantíssimo da historiadora Lília Schwarz sobre o Brasil e aqueles que o retrataram por meio de telas. Vale demais a pena. Exibiremos o filme "O nome da rosa" adaptação de obra homônima do escritor Umberto Eco.

Bj no coração
qq coisa: alexandre.pro@gmail.com / alex_iasc@hotmail.com. Este último apenas para o msn.

sábado, 13 de setembro de 2008

Se raças não existem, é inegável que insistem!

José Carlos Gomes dos Anjos


Dizem especialistas que fazendo um cruzamento sistemático entre a pertença racial e os indicadores econômicos de renda, emprego, escolaridade, classe social, idade, situação familial e região ao longo de mais de 70 anos, desde 1929, chega-se à conclusão de que no Brasil, a condição racial constitui um fator de privilégio para brancos e de exclusão e desvantagem para os não-brancos. Do total dos universitários, 97% são brancos, sobre 2% de negros e 1% de descendentes de orientais. Sobre 22 milhões de brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza, 70% deles são negros. Sobre 53 milhões de brasileiros que vivem na pobreza, 63% deles são negros.
O carnaval se aproxima. Nossos sentidos estão adequados a uma partição de fenótipos por espaços sociais. Lemos rostos todos os dias, em cada lugar, como lemos nossos livros e desconfiamos de algumas proposições. Se sairmos de uma sala de aulas da UFRGS numa sexta à noite para irmos a uma quadra de escola de samba, nossa ontologia racial se impõe numa evidência: um fracionamento de espaços sociais por raças como se o território da universidade fosse dos brancos (daí meu mal estar cotidiano) e a quadra pertencesse aos negros (como reclama com sustentável dignidade, o passista). É evidente que são poucos negros em uma sala de aula da UFRGS para muito poucos brancos na escola de samba.
Apenas a Coordenação Nacional de Entidades Negras - CONEN agrega mais de trezentas entidades do movimento negro, Unegro e MNU são outras entidades nacionais com agremiações em quase todos os Estados brasileiros; qualquer um que tenha participado de reuniões iniciais de entidades do Movimento Negro sabe que o rito de iniciação no engajamento militante passa por cerimônias dolorosas de explicitação espontânea de vivências da condição de vítima de racismo; entre os não militantes é crescente o numero de depoimentos em agências como o SOS - Racismo, sem contar as delegacias nada preparadas para receber e muito menos contabilizar as denuncias de racismo. Mas a evidência insiste. Que essa partição espacial e essas denúncias evidenciam um racismo insistente e persistente, não basta a história, não bastam os números, não bastam os depoimentos dos negros, não basta a nossa sensibilidade de qualquer dia desses (passe por lá e saiba do que estamos falando!)?
Que a não existência do racismo possa ser decidida apesar dos depoimentos dos negros (e brancos), apesar dos números das estatísticas, isso surpreende! O que surpreende é a pergunta sobre esse lugar privilegiado de acesso ao real, essa arrogância epistêmica, esse protocolo que vence objetividades (tão desconstruíveis) e subjetividades (tão passiveis de serem relativizadas) .
Meu caro divino, mas de onde você está falando cara-pálida? Que lugar inacessível é esse que te permite definir os objetos de meu mundo apesar de mim, os objetos do teu mundo apesar das tuas estatísticas? Como decides sem mim as fronteiras entre mim e ti, quando elas existem e quando não existem? O que te permite partir e repartir o mundo em crenças paranóicas e racistas de um conjunto de movimentos sociais negros e a verdade subjetiva de todo o resto supostamente não racializado? Apenas o olhar arrogante da tua bela ciência? O que te permite definir quando o que o “nativo” diz deve ser levado em conta e, sobretudo quem é o “nativo” que merece teu crédito? Esse lugar de enunciação que, supõe acesso tão privilegiado ao real, que vos permite dizer que não existe o racismo que sobre meu corpo insiste não é o sinal mais flagrante de vossa branquitude?
- se você disser que possui protocolos científicos muito mais razoáveis do que as dores que me colam à pele e reinventam a cada dia meu confinamento negro, te direi que é exatamente disso que estou falando: que queremos também um lugar sob esse sol que vos permite dizer coisas tão razoáveis (porque suspeito que continue a não ver as mesmas coisas que você vê, porque viemos de historicidades diferentes e nossas ontologias precisam ser negociadas para que encontremos mundos comuns). É essa necessária diplomacia que reclama presenças negras mais numerosas na universidade. E você pode não estar certo, sobre a inexistência do racismo!
Diz displicentemente, um dos maiores antropólogos brasileiros da atualidade que “já há coisas demais no mundo que não existem” para que o antropólogo continue se dando ao luxo do inventário das inexistências! Na disciplina, esse já displicente senso do (mal) estar entre ontologias variáveis não tem sido compartilhado como uma ética do cuidado com as existências, essas delicadas criaturas. Muitos de nossos colegas insistem em arbitrar sobre o que existe e o que não existe, desgraçadamente apesar das dores de “seus nativos”.
Está nos fundamentos dessa disciplina particularmente preparada para lidar com a alteridade que é a antropologia, a suspeita sistemática de que os objetos insistentes no mundo prévio do pesquisador possam não ser tudo o que existe. E que as dores, convicções e cosmologias dos outros também se referem a coisas que de fato existem e que talvez estejam além das ontologias “razoáveis” do pesquisador. Isso faz a felicidade da crítica sistemática ao etnocentrismo e institui a própria noção de alteridade que baliza a disciplina. Tem sido surpreendente a ausência dessa humildade disciplinar na voz de diversos cientistas sociais brasileiros quando lidam com a questão racial. Não seria básico perguntar antes de decretar a inexistência: “o que é o racismo que eles dizem que sofrem?”; “O que significa para eles o racismo?”; “quanto e como consigo traduzir esse afeto (modo de afetar o mundo e de ser afetado nele)?”
Que o racismo não exista, isso só não surpreende numa ligeireza jurídica que esvazia o conteúdo sociológico de uma relação de des-humanizaçã o na desgraçada formalidade da busca de evidência de interdição/proibiçã o: se você chama o sujeito de negro sujo você o ofendeu, mas não interditou nada, portanto trata-se de ofensa e não de racismo! Que esse negro nunca mais tenha condições subjetivas de voltar ao lugar do insulto, isso não é um problema do jurista! Mas nós? Vamos nos ater a temporalidades tão confinadas, tão decepadas dos encadeamentos históricos mais substantivos?
Se raças de fato não existem, pelo menos no Brasil insistem! Insistem nos números, insistem nos depoimentos negros, assim como está presente nas vossas mais humanistas declarações de intenções a respeito de cotas na universidade.
Raça é algo que a modernidade não para de fazer inexistir, seja através dos atuais processos de controle de fluxos mundiais de populações ou no antigo projeto nazista de extermínio daquilo que seus ideólogos inventaram como a mais radical alteridade do povo alemão, ou através do processo de censura sobre o termo raça e ainda nas múltiplas formulações humanistas condenando o racismo... De todo o modo a gestão da inexistência insistente de raça é um dos problemas cosmopolíticos dos modernos: como repartir as coisas e pessoas que existem de modo que raças não existam convincentemente? É disso que as nossas estatísticas falam: as coisas que existem e que valem a pena (que são capitais, recursos para outras coisas, passaporte para outros caminhos) não estão suficientemente bem repartidas para que raças tanto não existam como não insistam.
Um de nossos problemas modernos é exatamente o da infinitude desse processo de fazer inexistir raças, a demorada implausibilidade de tornar convincente essa inexistência quando todas as demais partições de nossos espaços sociais parecem deixar flagrante a ausência da inexistência de raças.
Porque tanta insistência em demonstrar o que não existe, senão porque raça insiste em ser um problema histórico não passível de ser contornável apenas discursivamente? É da existência histórica dessa insistência, da existência dessas múltiplas políticas para fazer inexistir, que estamos falando. O que esta subjacente a tanta insistência? Um geneticista talvez possa deliberar sobre a existência de raças do ponto de vista biológico. Mas não pode decidir sobre nossas ansiedades para que se pare em falar em raças, sobre como produzir políticas de desracializaçã o das mentalidades e dos dispositivos objetivos de produção de repartições de populações nos espaços sociais. Esse é o nosso problema histórico, social, nem minimamente genético.
O que está em jogo é que a polícia me reconhece como negro sem me pedir a carteira genética; que os meus colegas, francamente, imediatamente me reconhecem como negro sem um teste de DNA, apesar de cientistas e sua maldita hermenêutica da dúvida sistemática; meus alunos até desconfiam que meu excesso de melanina possa carregar junto outros excessos e, sobretudo muitas deficiências... É do peso histórico do efeito agregado de milhares de reconhecimentos cotidianos ligeiros e insustentáveis como esses que estamos falando. Trata-se de falar de raça do prisma sociológico e enquanto efeito histórico de dispositivos objetivos e de disposições subjetivas para repartir e definir o lugar das pessoas tendo como uma das bases de impressão (é preciso lembrar Goffman e a política da primeira impressão na estruturação das interações cotidianas?) : o fenótipo. O “lugar de negro”, esse princípio de partição que muitos de nós gostaríamos de banir, se faz evidente porque existe esse substrato material causador de impressões marcantes em disposições subjetivas preparadas para racializar.
O anti-racismo ligeiro não percebe que a inexistência de raças não se faz por um passe de mágica de uma enunciação científica. Não é porque cientistas dizem que raças não existem que elas passam a não existir socialmente. Historicamente a não existência de raças precisa ser praticada, inventada, imaginada em dispositivos institucionais concretos, tornada presença visível de negros na ossatura institucional da nação até que se naturalize tal presença. Se a presença de negros, nos espaços mais caros da nação, não for tão visível a ponto de se tornar natural, estaremos condenados a ter a presença visível da insistência de raça.
É por isso que o problema das modalidades de inserção positiva e visível do negro brasileiro na ossatura institucional da nação em nada reclama os palpites políticos de cientistas da genética. Políticas relacionadas a patrimônio genético merecem bem uma atenção decisiva desses profissionais. Quanto a políticas afirmativas a favor de negros e indígenas, cabe perguntar a cada um dos partícipes da assembléia de quem sua sensibilidade especial lhe faz porta-voz: Dos negros, dos indígenas, dos brancos, de mestiços, da bandeira nacional, da mulata ardente, etc.? Essas entidades de fato não existem nos minúsculos mundos científicos dos geneticistas! Estes deveriam defender políticas de genes como cientistas e palpitar sobre raças do ponto de vista político como qualquer outra voz cidadã. Não deixa de surpreender, nesse surpreendente Brasil, que geneticistas tenham se tornado experts abalizados, consultáveis em políticas públicas referentes a dimensões históricas gigantescas e macroscópicas da nação brasileira. Para tanta pretensão deveriam agregar ao menos duas especialidades!
Esquecem-se por vezes, alguns “cientistas” que a temporalidade das ciências não é a mesma das demais dimensões das mentalidades de nossa época. Que a mentalidade racista vem sendo praticada no Brasil há cinco séculos enquanto que as descobertas da genética sobre a inutilidade da categoria raça é algo bem mais recente, deveria ser trivial! Sobretudo, que a penetração na vida social das descobertas das ciências obedece a ritmos e está sujeita a reinterpretaçõ es imponderáveis, tardias e desconcertantes, também a essa altura deve ser trivial. Mas o problema dessas trivialidades é que são inconseqüentes para esse ligeiro pensamento anti-racista que, como diria o velho e bom hoje inominável, “confunde as coisas da lógica com a lógica das coisas”.
Então cabe repetir: para o bem e para o mal, só uma ínfima parcela dos brasileiros são cientistas. Não apenas muitos poucos detêm os rudimentos dos conhecimentos dos geneticistas, mas, mais ainda, nós os cientistas sociais precisamos lidar não apenas com o que existe de fato para os biólogos, mas também com os efeitos globais das práticas associadas ao que os demais brasileiros acreditam que existe. É disso que estamos falando, do efeito global de raça que muitos brasileiros de muitas maneiras diferentes praticam como “existências”.
E do que alguns “intelectuais” estão falando quando dizem que políticas afirmativas de corte racial são políticas perigosas? Do que mesmo eles têm medo? Qual é o tabu que faz com que não se explicite com a mesma insistência da declaração profética qual é o perigo real e quais os seus contornos? De onde viria o perigo? Quem seria o agressor? Que disposições subjetivas estariam por trás dessa onda devastadora do nosso sublime humanismo não-racista?
Será que eles temem que a nossa generosa cordialidade racial não resista ao teste de uma equiparação da presença de negros e brancos na universidade? Será que esse patrimônio da nação que é o mito da democracia racial não serve sequer para sustentar uma nova disposição moral que exige e desafia que negros estejam tão imediatamente quanto possível convivendo com brancos em número razoável em nosso campus? Será que eles acham que brancos não conseguem conviver com indígenas a não ser na relação pesquisador- objeto? Mas então para que “raios” serve esse tal de mito da democracia racial que tanto insistem que preservemos? Porque acreditar em cordialidade racial se isso não é de forma alguma assimilável a idéia de enfrentamento solidário de um problema de desigualdade que deixa visível a ausência de negros nos campus? Será que temem que suas quimeras estejam se arruinando ao primeiro teste? É o espectro do incêndio racista na casa de estudantes da UNB que consome suas veleidades da ausência brasileira de percepção racializada de mundo?
Se fosse apenas isso, precisaríamos nós, tão progressistas, de outras razões para desafiar disposições subjetivas tão hipócritas, mesquinhas e iníquas?
O pior é que talvez eles não concordem comigo sobre o caráter injusto de uma resposta violenta a política de cotas! No fundo, esses intelectuais ultra-humanistas, talvez concordem que esse ódio-racial-branco- nascente estaria justificado pela injustiça da “entrada não meritocrática de negros”! Talvez eles temam o potencial ainda não testado de seus próprios ódios raciais. Eles, tão humanistas!
Se assim for viva a ligeira cordialidade racial! Ela não sobrevive ao menor teste, mas sustenta nossos desencontrados sorrisos de corredor.
Já agora se deveria notar, antes que nos exijam uma comparação culturalmente exacerbada entre os EUA (da gota de sangue) e o Brasil (do branqueamento como fórmula de dissolução do racismo), que os diversos grupos racializados e estigmatizados por conta da noção de raça não carregam as mesmas historicidades. As fórmulas de equacionamento de suas dores e memórias de sofrimentos não são transferíveis esquematicamente. Será necessário recordar que, no Brasil, os judeus vêm passando, desde “o início da nação”, por um processo inacabado de branqueamento prenhe de dores? E que passar a ser reconhecido como branco não é igual a se desracializar? E que mesmo se fosse, as diferenças históricas e de substratos ontológicos impedem soluções similares para negros e judeus? Que gerações de negros vêm ensaiando o branqueamento sem que o quadro geral deixe de ser trágico, porque a branquitude é uma ideologia que carrega intrinsecamente uma noção de pureza que acusa todo o processo de purificação denunciável?
Para nós, os negros, a nova tragédia deriva do fato de que os donos de nossas ontologias passaram a decretar que o racismo que sobre nós insiste na verdade não existe!
Isso torna muito mais trágico o já agora “nosso” racismo, que deixou de ser denunciável. Não se trata de uma operação intelectual nova, mas a escola paulista (Florestan, Bastide, Iani...) que respondeu a demanda da Unesco sobre a harmonia racial brasileira já nos havia aliviado em parte do fardo dessa inexistência.
Se já é difícil conviver com um racismo efetivamente existente, como imaginam o fato da inexistência do racismo que me fere em cada detalhe do cotidiano? Se já era difícil o racismo real, agora, vivemos, nós os negros, o trágico do racismo inexistente como um bando de paranóicos racistas? O problema cosmopolítico é que esse é um bando grande demais para uma mania passível de ser resolvida numa instituição psiquiátrica que já não seja um outro mundo!


José Carlos dos Anjos é Dr. em Antropologia e Professor do Departamento de Sociologia da UFRGS.
Este texto foi coletado do endereço eletrônico: http://afrobrasileira.multiply.com/journal