domingo, 26 de outubro de 2008

Programação desta Semana

Queridos, vejam:

nos dias 27, 28 e 29, segunda, terça e quarta, respectivamente, a prof. Rosangela estará à tarde, 14h na segunda, e terça e quarta, às 15h, ensaiando o Teatro "Amor".

Na Quinta e Sexta pela manhã estarei na atividade da V Semana de Educação do CEFET com as palestras, etc. Então, a prof. Rosangela me substituirá pela manhã, ok? Ela vai discutir os textos de nossa prova, aqueles do Teatro "Amor". Os textos estão disponíveis em nosso blog. Favor levar os textos na Quinta. Pedi a ela que também trabalhe um documentário sobre Drummond. Então se o Aúdio estiver vago, ela comecará com o documentário, em seguida, discussões.

Qq dúvidas, me digam

Abração

Alex

Pra gente pensar...

Guerra Santa
Gilberto Gil



Ele diz que tem, que tem como abrir o portão do céu
ele promete a salvação
ele chuta a imagem da santa, fica louco-pinel
mas não rasga dinheiro, não

Ele diz que faz, que faz tudo isso em nome de Deus
como um Papa na inquisição
nem se lembra do horror da noite de São Bartolomeu
não, não lembra de nada não

Não lembra de nada, é louco
mas não rasga dinheiro
promete a mansão no paraíso
contanto, que você pague primeiro
que você primeiro pague dinheiro
dê sua doação, e entre no céu
levado pelo bom ladrão

Ele pensa que faz do amor sua profissão de fé
só que faz da fé profissão
aliás em matéria de vender paz, amor e axé
ele não está sozinho não

Eu até compreendo os salvadores profissionais
sua feira de ilusões
só que o bom barraqueiro que quer vender seu peixe em paz
deixa o outro vender limões

Um vende limões, o outro
vende o peixe que quer
o nome de Deus pode ser Oxalá
Jeová, Tupã, Jesus, Maomé
Maomé, Jesus, Tupã, Jeová
Oxalá e tantos mais
sons diferentes, sim, para sonhos iguais

sábado, 18 de outubro de 2008

Domínio Público ___ Ministro da Educação no nosso Blog"""!!!

O "Portal Domínio Público", tem um acervo de mais de 500 obras, colocandas gratuitamente à disposição de todos os usuários da Internet. Obras famosas, algumas indicadas para os vestibulares estão nessa biblioteca virtual que deverá se constituir em referência para professores, alunos, pesquisadores e para a população em geral.

Também pretende contribuir para o desenvolvimento da educação e da cultura, assim como, possa aprimorar a construção da consciência social, da cidadania e da democracia no Brasil.

FERNANDO HADDAD
Ministro de Estado da Educação


www.dominiopublico.gov.br

É só clicar no título para ler ou imprimir gratuitamente algumas das obras.



1. 14 de Julho na Roça -Raul Pompéia
2. 7 Canções -Salomão Rovedo
3. A Alma do Lázaro -José de Alencar
4. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
5. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
6. A Ama-Seca -Artur Azevedo
7. A Brasileira de Prazins -Camilo Castelo Branco
8. A Carne -Júlio Ribeiro
9. A Carne -Júlio Ribeiro
10. A Carta -Pero Vaz de Caminha
11. A Carta -Pero Vaz de Caminha
12. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha
13. A Carteira -Machado de Assis
14. A Carteira -Machado de Assis
15. A Cartomante -Machado de Assis
16. A Cartomante -Machado de Assis
17. A Causa Secreta -Machado de Assis
18. A Causa Secreta -Machado de Assis
19. A chave -Machado de Assis
20. A Chinela Turca -Machado de Assis
21. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós
22. A Comédia dos Erros -William Shakespeare
23. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
24. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
25. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
26. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
27. A Desobediência Civil -Henry David Thoreau
28. A Divina Comédia -Dante Alighieri
29. A Ela -Machado de Assis
30. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
31. A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde
32. A esfinge sem segredo -Oscar Wilde
33. A Herança -Machado de Assis
34. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
35. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
36. A Ilustre Casa de Ramires -José Maria Eça de Queirós
37. A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis
38. A Mão e a Luva -Machado de Assis
39. A Mão e a Luva -Machado de Assis
40. A Mão e a Luva -Machado de Assis
41. A Megera Domada -William Shakespeare
42. A melhor das noivas -Machado de Assis
43. A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca
44. A Metamorfose -Franz Kafka
45. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
46. A Mulher de Preto -Machado de Assis
47. A Mulher de Preto -Machado de Assis
48. A mulher Pálida -Machado de Assis
49. A 'Não-me-toques'! -Artur Azevedo
50. A Parasita Azul -Machado de Assis
51. A Pianista -Machado de Assis
52. A Princesa de Babilônia -Voltaire
53. A Relíquia -José Maria Eça de Queirós
54. A Segunda Vida -Machado de Assis
55. A Semana -Machado de Assis
56. A Senhora do Galvão -Machado de Assis
57. A Sereníssima República -Machado de Assis
58. A Tempestade -William Shakespeare
59. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare
60. A última receita -Machado de Assis
61. A Vida Eterna -Machado de Assis
62. A viúva Sobral -Machado de Assis
63. A Viuvinha -José de Alencar
64. A Volta ao Mundo em 80 Dias -Júlio Verne
65. A Volta ao Mundo em Oitenta Dias -Júlio Verne
66. Adão e Eva -Machado de Assis
67. Adão e Eva -Machado de Assis
68. Alma Inquieta -Olavo Bilac
69. Almas Agradecidas -Machado de Assis
70. Americanas -Machado de Assis
71. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
72. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
73. Anedota do Cabriolet -Machado de Assis
74. Anedota Pecuniária -Machado de Assis
75. Antes da Missa -Machado de Assis
76. Antes que Cases -Machado de Assis
77. Antologia -Antero de Quental
78. Antônio e Cleópatra -William Shakespeare
79. Arte Poética -Aristóteles
80. As Academias de Sião -Machado de Assis
81. As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare
82. As Primaveras -Casimiro de Abreu
83. As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo
84. Astúcias de Marido -Machado de Assis
85. Aurora sem Dia -Machado de Assis
86. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
87. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
88. Balas de Estalo -Machado de Assis
89. Camões -Joaquim Nabuco
90. Canção do Exílio -Antônio Gonçalves Dias
91. Cancioneiro -Fernando Pessoa
92. Cancioneiro -Fernando Pessoa
93. Cândido -Voltaire
94. Capítulos de História Colonial (1500-1800) -João Capistrano de Abreu
95. Carolina -Casimiro de Abreu
96. Carta de Pero Vaz de Caminha. -Pero Vaz de Caminha
97. Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós
98. Cartas D'Amor - O Efêmero Feminino -José Maria Eça de Queirós
99. Catálogo de Autores Brasileiros com a Obra em Domínio Público -Fundação Biblioteca Nacional
100. Catálogo de Publicações da Biblioteca Nacional -Fundação Biblioteca Nacional
101. CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca
102. Cinco Minutos -José de Alencar
103. Como e Por Que Sou Romancista -José de Alencar
104. Conto de Escola -Machado de Assis
105. Conto de Inverno -William Shakespeare
106. Contos -José Maria Eça de Queirós
107. Contos Fluminenses -Machado de Assis
108. Coriolano -William Shakespeare
109. Divina Comedia -Dante Alighieri
110. Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
111. Dom Casmurro -Machado de Assis
112. Dom Casmurro -Machado de Assis
113. Dom Casmurro -Machado de Assis
114. Don Quijote -Miguel de Cervantes
115. Don Quixote -Miguel de Cervantes
116. Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes Saavedra
117. Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes Saavedra
118. Édipo-Rei -Sófocles
119. El Arte de la Guerra -Sun Tzu
120. Esaú e Jacó -Machado de Assis
121. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
122. Este mundo da injustiça globalizada -José Saramago
123. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos
124. Eu -Augusto dos Anjos
125. Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos
126. Fausto -Johann Wolfgang von Goethe
127. Ficções do interlúdio: para além do outro oceano de Coelho Pacheco. -Fernando Pessoa
128. Hamlet -William Shakespeare
129. Helena -Machado de Assis
130. Helena -Machado de Assis
131. História da Literatura Brasileira: Fatores da Literatura Brasileira -Sílvio Romero
132. Iliada -Homero
133. Iluminuras -Arthur Rimbaud
134. Iracema -José de Alencar
135. Iracema -José de Alencar
136. Júlio César -William Shakespeare
137. Livro de Mágoas -Florbela Espanca
138. LIVRO DE SÓROR SAUDADE -Florbela Espanca
139. Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
140. Lucíola -José de Alencar
141. Macbeth -William Shakespeare
142. Medida Por Medida -William Shakespeare
143. Memorial de Aires -Machado de Assis
144. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
145. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
146. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
147. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
148. Mensagem -Fernando Pessoa
149. Missa do Galo -Machado de Assis
150. Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare
151. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
152. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco
153. O Alienista -Machado de Assis
154. O Alienista -Machado de Assis
155. O Alienista -Machado de Assis
156. O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa
157. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
158. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
159. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
160. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
161. O Espelho -Machado de Assis
162. O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa
163. O Guarani -José de Alencar
164. O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa
165. O Mercador de Veneza -William Shakespeare
166. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
167. O pastor amoroso -Fernando Pessoa
168. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
169. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
170. Obras Seletas -Rui Barbosa
171. Odisséia -Homero
172. Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare
173. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
174. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
175. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
176. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
177. Os Sertões -Euclides da Cunha
178. Os Sertões -Euclides da Cunha
179. Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare
180. Outras Poesias -Augusto dos Anjos
181. Pai Contra Mãe -Machado de Assis
182. Papéis Avulsos -Machado de Assis
183. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
184. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
185. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
186. Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa
187. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
188. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
189. Poemas em Inglês -Fernando Pessoa
190. Poemas Inconjuntos -Fernando Pessoa
191. Poemas Selecionados -Florbela Espanca
192. Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa
193. Poesias Inéditas -Fernando Pessoa
194. Primeiro Fausto -Fernando Pessoa
195. Quincas Borba -Machado de Assis
196. Quincas Borba -Machado de Assis
197. Redondilhas -Luís Vaz de Camões
198. Rei Lear -William Shakespeare
199. Ricardo III -William Shakespeare
200. Romeu e Julieta -William Shakespeare
201. Schopenhauer -Thomas Mann
202. Senhora -José de Alencar
203. Senhora -José de Alencar
204. Sonetos -Luís Vaz de Camões
205. Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage
206. Sonho de Uma Noite de Verão -William Shakespeare
207. Tito Andrônico -William Shakespeare
208. Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare
209. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto
210. Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare
211. Utopia -Thomas Morus
212. Viagens de Gulliver -Jonathan Swift

TEMOS PENSADORES NA ÁREA

Tem um povo escrevendo um absurdo!!!

Estou muito feliz com produções de meus meninos e meninas, pensadores, pensadoras

Uma olhadinha no material deles seria muito bom...

Podem começar pelo blog do Duda e do Libório.

É boa pedida

http://eduardodantas92.blogspot.com/2008/10/minhas-pstumas-lembranas.html

http://www.liborioslink.blogspot.com/

Bj

Alex

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

REDAÇÃO INTELIGENTE

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador.Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio,ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo.É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos,carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais:ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono,sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem,numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício.

O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo:era um superlativo absoluto.Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula,com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.


ESTE TEXTO ME FOI ENCAMINHADO POR MANINHA. É DE UMA ALUNA DA UFPE QUE GANHOU CONCURSO INTERNO, ETC. O TEXTO É REALMENTE MUITO BOM, NÃO É? UMA REFLEXÃO METALINGÜÍSTICA.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

CONSTRUINDO A IGUALDADE DE GÊNERO


QUERIDOS JÁ TINHA COMBINADO (FIZEMOS ISSO NO SÁBADO PASSADO) PRODUÇÕES DE TEXTOS QUE DEVEM SER ENVIADAS PARA O www.igualdadedegenero.cnpq.br.

A QUANTAS ANDAM AS PRODUÇÕES??

ABRAÇOS

ALEX

DIREITO DE REPUBLICAR O DIREITO DE RESPOSTA

QUERIDOS, TEXTO BRILHANTE DE EDUARDO...
PRECISAMOS DE PENSADORES, SIMPLES, ASSIM...
TÁ NO BLOG DELE, É SÓ ESPIAR...



DIREITO DE RESPOSTA
EDUARDO DANTAS

Olá pessoal, venho em resposta à várias críticas que me foram feitas após ter lançado aqui a postagem abaixo referente à homossexualidade. Sou heterossexual e praticamente fui violentado verbalmente com comentários do tipo “você é gay”, “como você tem coragem de colocar uma frase dessa como título de sua postagem, isso não é atitude de homem!”. Infelizmente nossa sociedade vive ainda na “idade antiga”, não sabem que dentro de cada um, independente de cor ou origem há sempre “eus”.

Um exemplo disso é nosso comportamento perante as pessoas. Diante de seus pais ou mais respeitados por você, a forma dirigida a eles sem dúvida alguma é totalmente diferente à qual você demonstra com seus colegas ou desconhecidos, ou seja, para cada situação, há sempre um comportamento.

Então, particularmente considero que não existe pessoa sonsa, “santa”, ou qualquer outro nome que se possa dar. Existem sim, aquelas que sabem – ou não – se portar nas mais diversas situações de suas vidas. E se você acha que um simples comentário como este escrito por mim na postagem vai definir ou influenciar minha opção sexual, sinto dizer-lhe que não modificarei e muito menos apagarei a postagem, muito pelo contrário, irei fundo na questão. Não por ser homossexual, mas sim por achar que assim como você, qualquer um tem livre arbítrio pra escolher o que fazer de sua vida, livre de religiões, culturas ou hierarquias. Obrigado.

TEXTOS PARA PROVA

SENHORES, DISPONIBILIZO TEXTOS QUE SERÃO UTILIZADOS EM PROVA COMO PARTE DE AVALIAÇÃO DA iv UNIDADE. FAREMOS ESTA ATIVIDADE EM 07 DE NOVEMBRO - 15H10MIN. TODAS AS TURMAS, I E II ANOS ESTÃO CONVOCADAS.



AI! SE SÊSSE!...
(ZÉ DA LUZ)

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e se tu insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!



FONEMAS DA ALEGRIA
(THIAGO DE MELO)

Peço licença para algumas coisas.
Primeiramente, para desfraldar
este canto de amor publicamente.
Sucede que só sei dizer amor
quando reparto o ramo azul de estrelas
que em meu peito floresce de menino.
Peço licença para soletrar,
no alfabeto do sol pernambucano
a palavra ti-jo-lo, por exemplo,
e poder ver que dentro dela vivem
paredes, aconchegos e janelas,
e descobrir que todos os fonemas
são mágicos sinais que vão se abrindo
constelação de girassóis girando
em círculos de amor que de repente
estalam como flor no chão da casa.
Às vezes nem há casa: é só o chão.
Mas sobre o chão quem reina agora é um homem
diferente, que acaba de nascer:
porque unindo pedaços de palavrasa
os poucos vai unindo argila e orvalho,
tristeza e pão, cambão e beija-flor,
e acaba por unir a própria vida
no seu peito partida e repartida
quando afinal descobre num clarão
que o mundo é seu também, que o seu trabalho
não é a pena que paga por ser homem,
mas um modo de amar - e de ajudar
o mundo a ser melhor.
Peço licença para avisar que, ao gosto de Jesus,
este homem renascido é um homem novo:
ele atravessa os campos espalhando a boa-nova,
e chama os companheiros
a pelejar no limpo, fronte a fronte,
contra o bicho de quatrocentos anos,
mas cujo fel espesso não resiste
a quarenta horas de total ternura.
Peço licença para terminar
soletrando a canção de rebeldia
que existe nos fonemas da alegria:
canção de amor geral que eu vi crescer
nos olhos do homem que aprendeu a ler.


FALTANDO UM PEDAÇO
(Djavan)
O amor é um grande laço, um passo pr'uma armadilha
Um lobo correndo em círculos pra alimentar a matilha
Comparo sua chegada com a fuga de uma ilha:
Tanto engorda quanto mata feito desgosto de filha

O amor é como um raio galopando em desafio
Abre fendas cobre vales, revolta as águas dos rios
Quem tentar seguir seu rastro se perderá no caminho
Na pureza de um limão ou na solidão do espinho

O amor e a agonia cerraram fogo no espaço
Brigando horas a fio, o cio vence o cansaço
E o coração de quem ama fica faltando um pedaço
Que nem a lua minguando, que nem o meu nos seus braços


AVESSO
(Jorge Vercilo)

Nós já temos encontro marcado
Eu só não sei quando
Se daqui a dois dias
Se daqui a mil anos
Com dois canos pra mim apontados
Ousaria te olhar, ousaria te ver
Num insuspeitavel bar, pra decência não nos ver
Perigoso é te amar, doloroso querer
Somos homens pra saber o que é melhor pra nós
O desejo a nos punir, só porque somos iguais
A Idade Média é aqui
Mesmo que me arranquem o sexo, minha honra, meu prazer
Te amar eu ousaria
E você, o que fará se esse orgulho nos perder?

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar

O que eu sinto, meu Deus, é tão forte!
Até pode matar
O teu pai já me jurou de morte
por eu te desviar
Se os boatos criarem raízes
Ousarias me olhar, ousarias me ver
Dois meninos num vagão e o mistério do prazer
Perigoso é me amar, obscuro querer
Somos grandes para entender, mas pequenos para opinar
Se eles vão nos receber é mais fácil condenar
ou noivados pra fingir
Mesmo que chegue o momento que eu não esteja mais aqui
E meus ossos virem adubo
Você pode me encontrar no avesso de uma dor

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar

No clarão do luar, espero
Cá nos braços do mar me entrego
Quanto tempo levar, quero saber se você
É tão forte que nem lá no fundo irá desejar


3 X 4
(Engenheiros Do Hawaii)

Diga a verdade ao menos uma vez na vida
Você se apaixonou pelos meus erros
Não fique pela metade, vá em frente, minha amiga
Destrua a razão desse beco sem saída
Diga a verdade, ponha o dedo na ferida
Você se apaixonou pelos meus erros
Eu perdi as chaves, mas que cabeça a minha
Agora vai ter que ser para toda a vida
Somos o que há de melhor
Somos o que dá pra fazer
O que não dá pra evitar e não se pode escolher
Se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho
Eu gravaria no metal da minha pele o teu desenho
Feitos um pro outro, feitos pra durar
Uma luz que não produz sombra
O que não dá pra evitar e não se pode escolher




COR-RESPONDÊNCIA
(Elisa Lucinda)

Remeta-me
os dedos
em vez de cartas de amor
que nunca escreves
que nunca recebo.
Passeiam em mim estas tardes
que parecem repetir
o amor bem-feito
que você tinha mania de fazer comigo.
Não sei amigo
se era seu jeito
ou de propósito
mas era bom
sempre bom
e assanhava as tardes
Refaça o verso
que mantinha sempre tesa
a minha rima
firme
confirme
o ardor dessas jorradas
de versos que nos bolinaram os dois
a dois.
Pense em mim
e me visite no correio
de pombos onde a gente se confunde
Repito:
Se meta na minha vida
outra vez meta
Remeta.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

CONVOCATÓRIA ____ SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

REVISTA IDIOSSINCRASIA

QUERIDOS, AQUI PODEMOS BAIXAR NOSSA REVISTA!!

http://rapidshare.com/files/153628946/1__EDI__O_DA_REVISTA_IDIOSSINCRASIA_CEFET.pdf.html



ABRAÇOS!

domingo, 12 de outubro de 2008

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA____ COLOCANDO O BLOCO NA RUA




E olha que o material está ainda na prévia

Bj a todos

Alexandre

sábado, 11 de outubro de 2008

Negra vendendo Cajus - Debret


Lucciano está trabalhando nesta imagem.

Creio que será uma das marcas da Semana da Consciência...

Abraços

Alex

O sermão do Bom ladrão

Queridos, quem estiver com o texto "O sermão do bom ladrão" deve substituí-lo por um texto de Gregório de Matos.

Este é o link

http://www.jornaldepoesia.jor.br/gregoi10.html

abraços

Alex

CLAUDIO MANOEL DA COSTA

QUERIDOS, O SÍTIO PARA OS TEXTOS DE NOSSA AULA...

http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/claudio.html

ABRAÇOS

ALEX

Redações

Queridos, combinamos a produção de duas redações.

Uma é para concurso! Lembre-se de enviá-la - se quiser - para o email das nossas amigas Maria Clara, Isa e Rebeca. Tem prazo: é fim!!!

A outra é a redação da PUC!

Espero contatos! E produções!!!!!

Caprichem

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Queridos _ _ _ Teremos o ELITE




Já começamos a pensar o ELITE. Ele ocorrerá no fim do ano, no último dia de aula de Língua Portuguesa, sexta feira. Não ficaremos o dia inteiro com a atividade. Teremos no máximo três horas de apresentações, ok? É importante que você se empenhe, esteja em contato com sua turma. Há três coordenadores destacados em cada sala.

Abaixo disponibilizo imagens para nossos pintores que farão releituras do Arcadismo...

Abraços

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

AS PERGUNTAS!!

O texto Carta ao Zézim é pertencente a qual gênero textual? Justifique.

A qual tipologia textual pertence o texto Carta ao Zézim?

Analise a importância desse texto ser “escrito” em 22 de 12 de 1979, bem como o local onde fora “escrito”.

O que há de romantismo nesse texto? Escolha uma poesia que se intertextualize com o texto.

Quem são os interlocutores do texto?

Dentro do texto “Carta ao Zézim” há um texto em Língua Inglesa. Explique sua importância para o processo de produção de sentido.

Que vocábulos eram desconhecidos por você?


Família - RUBEM FONSECA

Em que aspectos os textos “Família” e “Carta ao Zézim” são intertextuais?

Que função da linguagem está mais presente no texto “Família”?

Compare o texto “Família” com o texto de Frei Betto “Somos todos pós-modernos?”

De que modo a sexualidade é tratada no texto de Rubem Fonseca?

Que vocábulos eram desconhecidos por você?



Construção - CHICO BUARQUE

Que função da linguagem está mais presente em “Construção”?

Por que podemos afirmar que o texto “Construção” é um poema?

Há nele metalinguagem?

O que diferencia o tema da sexualidade presente nos três textos?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

QUERIDOS - O TEATRO


QUERIDOS, ESTOU UM POUCO PREOCUPADO COM O TEATRO...

PARECE QUE O PESSOAL NÃO TEM IDO MUITO AOS ENSAIOS! LOGO APRESENTAREMOS DUAS ATIVIDADES: O AMOR E A METAMORFOSE.

ESSAS APRESENTAÇÕES QUE OCORRERÃO NA SEMANA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, DEVEM REFERENDAR NOSSOS ESFORÇOS EM OFERECER À CIDADE, UMA PROGRAMAÇÃO DE QUALIDADE, MAS, PARA ISSO, É IMPORTANTE QUE OS ENSAIOS OCORRAM E QUE ESTEJAMOS COMPROMETIDOS.

BORA DAR UM ALÔ PRA GALERA QUE ESTÁ UM POUCO DESANIMADA, CERTO?

É IMPORTANTE QUE OS ENSAIOS OCORRAM PRINCIPALMENTE DE SEG À QUARTA, PARA NOS OUTROS DIAS PODERMOS PROMOVER OUTRAS ATIVIDADES.

BJ NO CORAÇÃO

ALEX

Agendem - se

Queridos, na semana de 09 a 11 de Outubro, teremos atividades diversas. Assim, é importante que nos agendemos para o bom andamento dos trabalhos.

Enfim...


Lembrem de levar seu módulo para a aula de Sexta (de manhã)

Na quinta de tarde teremos o filme "O nome da Rosa" - 15h

Na sexta de tarde vamos corrigir prova de Vestibular - 15h

No sábado teremos o documetário: Blue Eyed e a entrevista com Lilia Schwarz - Começaremos às 7h.

Sábado às 7h - impreterivelmente nesse horário - divido as tarefas de monitoria da Semana da Consc. Negra

QQ dúvida mantenham contato: alexandre.pro@gmail.com; alex_iasc@hotmail.com (apenas para msn)

Abração

Alex

domingo, 5 de outubro de 2008

REVISTA IDIOSSINCRASIA _____ CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO

QUERIDOS, ESTAMOS RECEBENDO TEXTOS PARA A NOSSA REVISTA IDIOSSINCRASIA. QUEM QUISER MANDAR TEXTOS, DEVE FAZÊ-LO PELOS CORREIOS ELETRÔNICOS: raiane.baleeiro@hotmail.com ou johacia.oliveira@hotmail.com, ou ainda pelo idiossincrasia.revistacefet@gmail.com.

O TEMA SERÁ "POLÍTICA". A data limite para enviar textos é dia 14 deste mês. Vamos lá!



SEU TEXTO DEVE VERSAR SOBRE QUESTÕES QUE ENVOLVAM A POLÍTICA NACIONAL, INTERNACIONAL.

O TEXTO PODE SER DE QUALQUER GÊNERO: CONTO, CRÔNICA, RESENHA DE LIVRO E FILMES, DISSERTAÇÃO, POEMA.

ALGUMAS SUGESTÕES:

* ANÁLISE DE CAPAS DE REVISTAS QUE VERSEM SOBRE A MATÉRIA;

* A CONJUNTURA DA POLÍTICA EM EUNÁPOLIS;

* A POLÍTICA E A CIDADANIA;

* A POLÍTICA EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO;

* A POLÍTICA "SILENCIOSA/SILENCIADA" EM ÉPOCA DE NÃO-ELEIÇÃO;

* A POLÍTICA COMO INSTRUMENTO DE PODER;

* A MULHER E A POLÍTICA;

* POLÍTICA DAS MINORIAS: GAYS, LÉSBICAS, RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS;

* POLÍTICA NA ESCOLA;

* POLÍTICA E SOCIEDADE / SOCIOLOGIA CULTURAL;

* POLÍTICA E HISTÓRIA
& JK; GETÚLIO VARGAS; MAIO DE 68; GOLPES POLÍTICOS E MILITARES;

* O JOVEM, SEUS MOVIMENTOS, E A POLÍTICA;

* POLÍTICA DE COTAS PARA MINORIAS;

* POLÍTICA PARTIDÁRIA - ANÁLISE DE PARTIDOS - SISTEMA DE ELEIÇÃO;

E TANTOS OUTROS TEMAS QUE PODEM SER ABORDADOS

É brincadeira, né não??



Quem esteve conosco neste último sábado, o que precedeu as eleições, deve fazer uma leitura bastante interessante das imagens que aqui disponibilizo. Gostaria de que, partindo do texto de Frei Betto, "Somos todos pós-modernos", a gente refletisse sobre estas imagens. Estou me segurando para não ficar tão enojado, mas é a sociedade do espetáculo, massificada, shownarlizante, googletizante... enfim... é isso! E a gente pode fazer algo?? Creio eu que sim.

sábado, 4 de outubro de 2008

Análise da Linguagem _ Momento Risada


Hoje em nossa aula falamos sobre Funções da Linguagem!!

E o meu amigo Hyago me mandou esta imagem. Gostaria que vocês, atentamente, fizessem uma análise ideológica da mensagem (kkk). Podemos inclusive, pensar na função da linguagem envolvida... Se a questão será resolvida no emissor, no receptor ou na mensagem (kkk). E com que objetivo, portanto, função, terá sido escrita???

Abração

Alex

Bahia - Afro

Queridos, vejam que site lindo...

http://www.bahiaafrofilmfestival.com/a-bahia.aspx

É de coisas assim que precisamos. Gente inteligente e responsável demandando cultura.
Há videos pra você visitar.

Bj

Alexandre

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

CONSTRUÇÃO BY CHICO BUARQUE

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acbou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado

CLARA by Caetano Veloso

Quando a manhã madrugava
Calma, alta, clara
Clara morria de amor
Faca de ponta
Flor e flor
Cambraia branca sob o sol
Cravina branca, amor
Cravina, amor
Cravina e sonha
A moça chamava Clara
Água
Alma
Lava…
Alva cambraia no sol
Galo cantando cor e cor
Pássaro preto dor e dor
O marinheiro amor
Distante amor
Que a moça sonha só
O marinnheiro sob o sol
Onde andará o meu amor
Onde andará o amor
No mar, amor
No mar sonha
Se ainda lembra o meu nome
Longe, longe
Onde, onde se vá numa onda no mar
Numa onda que quer me levar
Para o mar
De água clara, clara, clara, clara
Ouço meu bem me chamar
Faca de ponta
Dor e dor
Cravo vermelho no lençol
Cravo vermelho amor
Vermelho amor
Cravina e galos
E a moça chamada Clara, Clara, Clara, Clara
Alma tranquila de dor




ESTE É UM DOS TEXTOS DE CAETANO - O POETA - MAIS CONHECIDO, PENSADO, RESENHADO... ESTÁ NO MÓDULO DO PRIMEIRO ANO, A GENTE JÁ TRABALHOU COM ELE, MAS ME DEU UMA VONTADE ENORME DE POSTÁ-LO. ESTAVA ASSISTINDO A UM DOCUMENTÁRIO E FIZERAM REFERÊNCIA A ELE. VALE PENSAR SUA MELODIA, SUA MUSICALIDADE E OS JOGOS SINTÁTICO-SEMÂNTICOS QUE CAETANO FAZ.
SÓ MAIS UM PARÁGRAFO: VIVEMOS UM TEMPO TÃO ESTRANHO... NÃO É MESMO? AS PESSOAS CANTAM E DANÇAM CADA COISA POR AÍ! TALVEZ SEJA DIFÍCIL PARA UM OUVIDO MENOS, DIGAMOS, APURADO, PERCEBER "CLARA", MAS AÍ VAI A DICA. INTÉ...